11/22/2008

ANTROPOLOGIA 1 (Foto: Margarida Diogo in "A Perca" de C.G.Melo)



ADOVASIO,J.M. e outros, O Sexo Invisível, Pub. Europa-América, 2008
(288 pp. e ca. 23.90)

“Quem inventou a linguagem?
(…)Morton descobriu que basicamente todas as vocalizações breves dos mamíferos e todos os gritos de aves seguem o mesmo padrão, o que também inclui os homens.
Falamos com os bebés em registo alto mas falamos em tom baixo e áspero quando fazemos ameaças.
Portanto na comunicação vocal das aves e mamíferos, a forma corresponde à função. (…) A correspondência entre forma e função é um dos fundamentos da biologia mesmo até ao nível das moléculas” (p. 95)

“Ora tem sido na capacidade dos primatas não humanos, particularmete chimpazés e alguns babuínos, para mentir e trapacear que os cientistas conseguem captar aspectos que parecem estar na base do desenvolvimento da linguagem [Ex: produzir o som na ausência do que primeiro o justificou – N. de Kriu](p.99)

“Mas os membros de um grupo de chimpazés podem passar tanto tempo como metade de um dia, ou mesmo mais, a cuidarem uns dos outros. A vida altamente socializada não é apenas o seu modo de se adaptarem ao mundo, ela própria se torna parte do grande sistema a que têm de se adaptar. (…) «As sociedades primata seleccionam assim as capacidades comportamentais dos indivíduos que as constituem. Os indivíduos socialmente competentes no seu interior terão “vantagens” em relação aos menos competentes» [Alison Jolly, especialista em primatologia Nota de Kriu] Chegamos assim à importante noção de que a inteligência dos primatas, incluindo humanos, aumentou ao longo do tempo como um meio de enfrentar os desafios da convivência. (…) A sociedade e as suas pressões podem pois ser vistas como o motor que desencadeou a origemd a fala” (p.99)


“No paleolítico final, há cerca de 30000 anos (…) o número de adultos com idade para serem avós quadruplicou de súbito. (…) a espectacular alteração demográfica desta época pode ter constituído uma versão primitiva da recente revolução informática, com as recordações dos velhos a servirem de repositórios vivos de informações úteis” (p.143)

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