EISLER, Riane, O Cálice e a Espada. Porto, Via Óptima, 2003, 2ª ed. (Ca. 265 pp e 15.50 euros)
« Os dois tipos humanos básicos são o masculino e o feminino. A forma como se encontra estruturado o relacionamento entre mulheres e homens é pois um modelo básico para as relações humanas. Consequentemente, todas as crianças nascidas em famílias tradicionais dominadas pelo homem interiorizam, a partir do nascimento, um modo dominador-dominado de relacionamento com os outros seres humanos. » (p. 156)
« até agora a ciência excluiu em geral as mulheres como cientistas centrando o seu estudo quase inteiramente nos homens. Excluiu igualmente aquilo que podemos chamar de « conhecimento solidário » : o conhecimento de que, como escreve Salk, precisamos hoje urgentemente de seleccionar formas humanas que se achem « em cooperação com a evolução, em vez daquelas que são anti-sobrevivência ou anti-evolucionárias ». (…) A questão directamente pertinente quanto à nossa capacidade de transformar o nosso mundo da quesília para a coexistencia pacífica consiste em como tornar o conflito produtivo em vez de destrutivo. (…)
Como disse Gandhi, o objectivo é transformar o conflito em vez de o suprimir ou fazer explodir em violência » (pp.178, 9)
« Miller assinala como, psicologicamente, a putativa necessidade de controlar e dominar os outros é função, não de uma sensação de poder, mas antes de impotência. Distinguindo entre « poder para o próprio e poder para os outros » ela escreve : (…) Num sentido básico quanto maior for o desenvolvimento de cada indivíduo, tanto mais capaz e eficaz será ele ou ela, e tanto menos necessidade sentirá de limitar ou restringir os outros » (p. 179)
« A transformação de uma sociedade dominadora numa sociedade de parceria acarretaria obviamente uma mudança na nossa orientação tecnológica (…) Ao mesmo tempo o desperdício e consumo exagerado que agora priva os necessitados começaria também a extinguir-se. Pois, como observaram muitos comentadores sociais, no núcleo do nosso complexo ocidental de consumo exagerado e desperdício encontra-se o facto de estarmos culturalmente obcecados com a posse, a construção – e o desperdício – de coisas, como um substituto para as relações emocionalmente satisfatórias que nos são negadas pelos estilos de educação infantil e valores adultos do sistema presente » (p. 182)
«existe uma consciência emergente de que as designadas esferas pública e privada se encontram inextricavelmente ligadas. Numa palavra, pessoas de todo o mundo estão a tomar consciência de que não poderá haver mudança sustentável sem mudanças nas relações fundacionais entre homens e mulheres e pais e filhos. » (p. 194)
8/15/2008
ALTERNATIVO 9
8/13/2008
HISTÓRIA 3
ELIAS, Norbert, O Processo Civilizacional, Lisboa, Dom Quixote, 2006, 2ª edição (ca. 780 pp. e 33 euros)
“Se tivermos uma visão de conjunto de todos estes movimentos passados, o que vemos é uma transformação numa direcção muito definida (…) As transformações pretéritas do tecido social só adquirem contornos nítidos quando as vemos em conjunto com os acontecimentos do nosso próprio tempo (…) a observação dos acontecimentos mais actuais ilumina a compreensão dos passados e o aprofundamento do passado ilumina o presente. (…) De novo se verifica uma situação em que muitas unidades de soberania rivais estão tão interligadas que aquela que se mantém estacionária, que não aumenta a sua força, corre o risco de enfraquecer e se tornar dependente de outro Estados. (…) Está em pleno curso a luta pela hegemonia (…) pela formação de monopólios territoriais de uma ordem de grandeza ainda superior (…) num sistema que abrange toda a terra habitada.” (pp. 717 a 719)
“Tal como outrora, nos lutas seculares entre domínios territoriais, assim também hoje é impossível predizer quanto tempo decorrerá até que essa luta [entre Estados – N. de Kriu] seja finalmente decidida. E tal como os membros das unidades sociais que, lutando, lentamente deram origem a Estados, assim também nós não temos, por enquanto, senão uma vaga noção de como poderão ser a estrutura, a organização e a instituições das unidades de soberania maiores que as acções de hoje tendem a formar. Quer os actores o saibam ou não. Só uma coisa é certa: a direcção em que impele o tipo de interdependência da nossa época. (…) as tensões competitivas entre os Estados não podem ser resolvidas enquanto não se tiverem estabilizado, através de uma série de provas de força, sangrentas ou não, monopólios de violência e organizações centrais de âmbito supra-estatal (…) Neste aspecto, desde a época de extrema desintegração feudal até a presente, a engrenagem dos mecanismos de integração prossegue a transformação da sociedade ocidental numa direcção que se mantém constante:” (pp. 720,1)
“A constante ansiedade do pai e da mãe sobre se o filho atingirá o comportamento da sua classe ou até de uma classe superior (…) medos desta espécie rodeiam a criança desde tenra idade mas muito mais na classe média, nos estratos em vias de ascensão, do que nos estratos superiores.” (p. 730)
“Se tivermos uma visão de conjunto de todos estes movimentos passados, o que vemos é uma transformação numa direcção muito definida (…) As transformações pretéritas do tecido social só adquirem contornos nítidos quando as vemos em conjunto com os acontecimentos do nosso próprio tempo (…) a observação dos acontecimentos mais actuais ilumina a compreensão dos passados e o aprofundamento do passado ilumina o presente. (…) De novo se verifica uma situação em que muitas unidades de soberania rivais estão tão interligadas que aquela que se mantém estacionária, que não aumenta a sua força, corre o risco de enfraquecer e se tornar dependente de outro Estados. (…) Está em pleno curso a luta pela hegemonia (…) pela formação de monopólios territoriais de uma ordem de grandeza ainda superior (…) num sistema que abrange toda a terra habitada.” (pp. 717 a 719)
“Tal como outrora, nos lutas seculares entre domínios territoriais, assim também hoje é impossível predizer quanto tempo decorrerá até que essa luta [entre Estados – N. de Kriu] seja finalmente decidida. E tal como os membros das unidades sociais que, lutando, lentamente deram origem a Estados, assim também nós não temos, por enquanto, senão uma vaga noção de como poderão ser a estrutura, a organização e a instituições das unidades de soberania maiores que as acções de hoje tendem a formar. Quer os actores o saibam ou não. Só uma coisa é certa: a direcção em que impele o tipo de interdependência da nossa época. (…) as tensões competitivas entre os Estados não podem ser resolvidas enquanto não se tiverem estabilizado, através de uma série de provas de força, sangrentas ou não, monopólios de violência e organizações centrais de âmbito supra-estatal (…) Neste aspecto, desde a época de extrema desintegração feudal até a presente, a engrenagem dos mecanismos de integração prossegue a transformação da sociedade ocidental numa direcção que se mantém constante:” (pp. 720,1)
“A constante ansiedade do pai e da mãe sobre se o filho atingirá o comportamento da sua classe ou até de uma classe superior (…) medos desta espécie rodeiam a criança desde tenra idade mas muito mais na classe média, nos estratos em vias de ascensão, do que nos estratos superiores.” (p. 730)
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