3/07/2008

FÍSICA 2

DEES, Martin, O Meu Habitat Cósmico, Lisboa, Gradiva, 2002
“Se a matéria estivesse informalmente distribuída ao longo de um espaço infinito (…) uma parte acabaria por se agrupar numa certa massa e a outra parte noutra, de forma a produzir um número infinito de grandes massas, espalhadas a grandes distâncias umas das outras através do espaço infinito. Assim poderiam ser formado o Sol e as estrelas”
Newton, citado a pág. 87.

“A física elementar diz-nos que nenhum “dispositivo calorífico” pode funcionar e nenhuma complexidade surgir se tudo estiver em equilíbrio térmico: tem de haver regiões mais quentes que outras (…) As entidades estudadas pelos astrónomos – como as estrelas e as galáxias – mostram tendência para a diferenciação e a complexidade, da mesma forma que um animal ou uma planta” (pág. 88,9)

TEATRO 12 Olhando a m/ maquilhagem no papel de Avô/Lobo em "Pedro e o Lobo" enc. de Fernando Jorge, Teatro Extremo, Almada, 2008/03/15


ALTERNATIVA 2

In; http://www.ecoblogue.net/index.php?, 20.20 horas de 2008/03 /05
"Mas vão surgindo focos de resistência, um pouco por todo o mundo dito desenvolvido. O “downshifting”, ou “simplicidade voluntária”, consiste num movimento nascido nos Estados Unidos da América, formado por pessoas que aceitam viver com menos. Fartos de jornadas de trabalho que pouco tempo deixam para o lazer e a vida familiar, muitos “yuppies” acabam por se demitir do emprego que os escraviza para aceitar um emprego com uma menor carga horária. O passo que se segue é o “downsizing”, isto é, a redução do consumo. Viver com menos implica para estes trabalhadores mudar para uma casa mais pequena, trocando uma McMansão por um apartamento, trocar de carro e cortar nas despesas supérfluas (jóias, produtos de cosmética, consolas, “home cinemas”, etc.).
Os adeptos da simplicidade voluntária têm de enfrentar os constrangimentos que decorrem de viverem numa sociedade consumista e orientada para o trabalho. Uma pessoa que rejeita o materialismo de forma tão radical será facilmente rotulada como louca ou como membro de uma seita religiosa. É ainda comum estes trabalhadores serem acusados de tentar disfarçar o seu falhanço no mundo do trabalho. Nada que preocupe quem vive a vida com um sorriso na cara, é claro.
Muitos movimentos em todo o mundo foram ainda mais longe, pondo em causa todo o consumo. Os “freegans” (palavra que resulta de juntar “free” - gratuito – e “vegan”) adoptam um estilo de vida baseado na minimização do consumo. Fartos de um sistema económico que é agressivo para com as pessoas, os animais e o meio ambiente, os “freegans” chegam ao ponto de revirar caixotes do lixo, cultivar hortas urbanas e ocupar casas para reduzir ao mínimo as despesas e assim trabalhar o mínimo possível. Associado a este movimento surgiu ainda o “Freecycle” como plataforma para a troca directa de produtos utilizando a Internet ou lojas onde as pessoas podem levar o que quiserem sem pagar no fim.
Para quem ainda não está preparado para viver uma vida de sem-abrigo, existe ainda a opção de criar um núcleo de “compacters” (compactadores), pessoas que se comprometem a comprar apenas os produtos de primeira necessidade, recorrendo a mercados de usados ou de troca directa sempre que possível. O movimento The Compact defende o apoio ao comércio de proximidade, a redução do desperdício e a simplificação das vidas, contando já com dezenas de comunidades nos EUA.
Mais insólita ainda é a “Church of Stop Shopping”, do Reverendo Billy. Regularmente, Bill Tallen e o seu grupo de “acólitos” invadem espaços comerciais cantando músicas religiosas que apelam ao não-consumo. Recriando o ambiente das igrejas evangélicas pentecostistas, este grupo formado por um actor profissional e voluntários apela aos valores cristãos para por em causa de forma sarcástica o consumismo presente na sociedade americana.

A tartaruga ultrapassa a lebre
Outra fonte de resistência à sociedade do consumo é o movimento “slow”, que leva à prática o velho ditado “depressa e bem não há quem”, defendendo uma redução de intensidade no ritmo das nossas vidas como forma de contrariar a lógica alienante do super-stresse. O ponto de partida foi o movimento “slow food”, criado em Roma em 1986 na sequência de protestos contra a abertura de um McDonald's. Em 1999, a cidade de Greve, na Toscana (norte da Itália), tornou-se a primeira "città slow" (cidade lenta), tendo como modelo as comunas italianas do século XII. A moda pegou e hoje há dezenas de cidades na Europa, (inclusive cidades portuguesas) que aderiram a este clube restrito, tendo que respeitar as seguintes regras: não podem circular carros nos centros, não são admitidos super ou hiper-mercados nem restaurantes “fast food”, os alimentos são produzidos localmente, a energia consumida é de origem renovável e a cidade não pode ter mais de 50 mil habitantes.
Na mesma linha de pensamento, a Sociedade para a Desaceleração do Tempo, fundada na Alemanha há 15 anos, promove a reflexão sobre a relação da humanidade com o tempo. Esta sociedade, que reúne milhares de pessoas todos os anos para discutir formas de desacelerar, cunhou até o termo “eigenzeit” (tempo próprio) para traduzir a ideia de que todo o ser vivo tem o seu próprio ritmo. Como forma de exprimir esta ideia, a Sociedade para a Desaceleração do Tempo vende aos seus associados relógios que apenas têm o ponteiro das horas.
Mais divertidos ainda são os japoneses do Clube da Preguiça. Os membros deste clube adoptaram a preguiça como mascote e, tal como a preguiça tem apenas três dedos, também eles têm três princípios: amor, paz e vida. Recentemente, opuseram-se à participação do Japão na guerra do Iraque com o lema “Make slow love, not fast war” (Façam amor lento, não guerra rápida).
No Reino Unido nasceu a Slower Speeds Iniciative, uma iniciativa conjunta de associações cujo fim é defender a redução da velocidade de circulação nas cidades. Forçando os automóveis a circular a velocidades reduzidas não só reduzimos o ruído e melhoramos a segurança rodoviária como melhoramos as condições para o transporte por meios não poluentes, como a bicicleta. Dois designers franceses levaram mesmo à prática este conceito de forma ousada, criando um modelo para um carro lento que pudesse circular no centro de Paris a 15 km/h.

Reclamando o tempo
Não é por acaso que a maior parte dos movimentos anti-consumismo ou pelo direito à preguiça surgem nos EUA. No país onde o capitalismo atinge o seu auge, até o direito a férias está em risco. Segundo a Take Back Your Time, uma associação que luta pelo direito a férias, o tempo de férias médio é mais baixo nos EUA que em qualquer outro país industrializado. Como não existe uma lei que estipule o direito a férias, o abuso é generalizado, pelo que esta associação procura apoios junto da indústria do turismo para pressionar os governantes.
A defesa de vidas mais simples e ritmos de vida mais ajustados às necessidades humanas deveria fazer parte das reivindicações de todo o movimento sindical. Esta não é apenas uma luta secundária protagonizada por adolescentes desiludidos com a vida, é uma prioridade para todos os trabalhadores que vêem o seu tempo a ser usurpado pela máquina capitalista. Defender jornadas de trabalho mais reduzidas, férias maiores e a simplificação da vida é combater a ideologia produtivista que está na base da destruição do planeta.
Quando perguntaram a um líder da AFL-CIO o que queriam os trabalhadores ele respondeu “mais”.
Hoje está na hora de mudar a palavra de ordem para “menos”.


É disto que eu gosto em Lord Young. Vocês apresentam-me problemas. Ele apresenta-me soluções.
Margareth Thatcher
Não sou suficientemente novo para saber tudo
J.M.Barbie

3/02/2008

TESTEMUNHOS 3

Mitos:
Camarão, Africa:
O céu estava tão perto da terra que os homens o comiam e tinham de andar curvados. Mas um dia uma jovem resolveu pilar o milho e perguntou ao deus do céu: não te poderias chegar um pouco para lá? De facto quando ela levantava o pilão batia com ele no céu!
O céu fez-lhe a vontade mas a partir daí o deus nunca mais visitou a terra

India (hindu)
Um ovo de ouro que surgiu no vazio e deu origem aos criadores.

Indios da América do Sul, Colombia
No começo era o mar. Não havia nem sol nem animais... nada.

Caldeia, Babilónia 2500 AC
A água suporte comum do céu e da terra.
Uma montanha vazia flutua sobre o oceano.
O vazio é o país dos mortos, sob a abóboda celeste circulam os astros, o sol no seu carro chega pela parte oriental e desaparece pelo poente, retomando a sua posição diurna através de uma caverna.

Egipto, 2000 AC
O céu é sustentado por 4 pilares elevados, as estrelas suspensas a cabos iluminam a noite, o deus Ra circula com o Sol numa barca.

China, 1700 AC
O mundo é um carro no qual a terra, quadrada, constitui a caixa. O céu a tampa.
Quatro muros rodeiam a terra. Alem deles vivem seres fantásticos e deuses. No cimo habita o Senhor no nono andar. A face interior, plana, repousa sobre oito pilares.

FÍSICA 3

BARROW, Jonh D., 2005, Impossibilidade – Limites da Ciência a Ciência dos Limites, Lisboa, ed. Bizâncio.
“Nos últimos anos foi identificado uma forma importante de composição complexa (…) Exibe um tipo de comportamento que se tornou conhecido como sistema criticamente auto-organizado (Self organizing criticality – SOC). (…) É um estado complexo organizado (…) criado por um encadeamento de eventos (…) que, considerados individualmente, são caoticamente imprevisíveis. (págs. 197,8) (Exemplo que Barrow apresenta: a pirâmide de areia que, quando se lhe junta mais grãos, provoca avalanches de outros grãos, mantendo sensivelmente o mesmo declive).

“A nossa experiência com sistemas complexos diz-nos que eles mostram uma tendência para se organizarem em estados críticos muito sensíveis, que permitem que pequenos ajustamentos produzam efeitos compensadores em todo o sistema. Consequentemente são imprevisíveis no pormenor. Se se tratar de grãos de areia ou de pensamentos que estão a auto-organizar-se o movimento seguinte é sempre uma surpresa” (pág. 342)

A propósito da questão de saber se o nosso universo se expande ou contrai:
“Um universo crítico possui um equilíbrio exacto entre a energia de expansão e o impulso gravitacional da matéria no seu interior. Nos universos “abertos” a energia da expansão ultrapassa o impulso gravitacional, enquanto nos universos “fechados” a gravidade prevalece.” (pág. 237)
O difícil é aquilo que pode ser feito imediatamente, o impossível é o que leva um pouco mais de tempo"
George Santayana

Arquivo do blogue