5/20/2007

EUROPA 3


Touraine, Alain, "A democracia europeia num contexto de crise global", in AAVV Guerra e Paz no Século XXI - Uma perspectiva europeia, Castels, Manuel e Serra, Narcis, coord., Lisboa, Fim do Século edições, 2007.
Num contexto de "tentar definir em que situação a Europa pode desempenhar um papel fundamental na reorganização da ordem internaconal, quer dizer na criação de uma nova capacidade de distinguir a guerra da paz e de traçar fronteiras que separem territórios, culturas e unidades políticas" A.T. diz, numa escrita clara e programática:
- "Será a Europa capaz e estará disposta a agir como um Estado, quer dizer, como uma autoridade soberana que trava guerras e impõe a paz? E serão as suas intervenções uma reacção suficiente perante a dualização do mundo, perante o conflito permanente entre uma economia global e as culturas desenraízadas?"
- "A Europa só pode ser um estado forte e eficaz à escala internacional se não pretender converter-se numa nação, numa sociedade integrada e numa cultura homogénea."
- "numa democracia só os parlamenteos podem declarar a guerra mas que se passa quando não há declaração de guerra como aconteceu no Kosovo e no Afagnistão?"
- "Os países europeus já não são Estados mas sociedades civis cada vez mais animadas"
- "Se não aceitarmos os encargos e privilégios que ser um Estado acarreta, não podemos perceber outros países em termos de guerra e paz, de alianças e estratégias"
- "Deve ficar bem claro que se os europeus não passarem a fazer parte de um Estado europeu efectivo num futuro próximo será por decisão sua"
- "os europeus não se vêem a si próprios nem aos outros em termos de Estado, mas numa mistura de termos ideológicos e políticos. Entre estes dois terrenos o espaço para um sistema de acção política permanece vazio."
- "Entre alguns Estados-nação que desaparecem e um Estado europeu que ainda não existe, os europeus vivem num mundo despolitizado, que deixa muito espaço, demasiado espaço, a especialistas e ideólogos."
- "Se reconheço o 11 de Setembro significativo é porque conclui o período 1989/2001, periodo dominado por conceitos de globalização, hegemonia e integração."
- "é possível que um Estado europeu "modesto" - nem idológico nem hegemónico - desempenhe um papel central na reconstrução das relações sociais e internacionais."
A.T. reconhece que as circunstâncias não favorecem a criação de um Estado europeu. CM

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