6/27/2009

BIOLOGIA 5


AMORIM, António, A Espécie das Origens, Genomas, linhagens e recombinações, Lisboa, Gradiva, 209 ( ca. 128 pp., em formato A5, e ca. 10 euros).

“(…) esta nossa desesperada necessidade de consonância (entre o que pensamos e o que pensam os outros; entre o que pensamos e o que os resultados experimentais parecem indicar) não pode fazer-nos esquecer que não sabemos (…) se a nossa procura de “factos” nas nossas percepções corresponde, de facto, à sua existência no mundo real ou se resultam apenas da nossa arquitectura de pensar” (p.106)

“Custa-nos hoje admitir que se diga que o Sol existe para nos iluminar mas continuam a não nos chocar frases e expressões tais como «a função glicogénica do fígado», ou «o papel homeostático do sangue» ou «a aptidão seleciva»


CEITIL, Mário e Outros, Os Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes para Principiantes, Lisboa, ed.Sílabo,2009 (ca. 114 pp. e 11.80)

"AS percepções que temos da realidade diferem consoante o modo como vemos as coisas, os nossos pontos de vista, a nossa estrutura de referencia e aquilo em que acreditamos. (…) Quando os nossos paradigmas estão ajustados à realidade ou são realisticamente criativos, podem ajudar-nos, seja a melhor nos adaptarmos, seja a influenciarmos os destinos dessa realidade no sentido de uma qualqer melhoria (…) Os paradigmas são uma espécie de lentes. Ter paradigmas incompletos a respeito de nós próprios, dos outros ou da vida em geral é, segundo Sean Covey, « como usar óculos com a receita errada. As lentes afectam o modo como vemos o mundo» (p.31)

6/25/2009

TESTEMUNHOS 22

BARLOEWEN, Constantin (org.) O Livro dos Saberes, Conversas com Grandes Espíritos do Nosso Tempo, Lisboa, ed. Edições 70, 2009 (Ca. 508 pp. e 24 euros)

“A poesia é a única forma de conhecimento que seja essencial e profundamente humana” (Adónis, p. 39)

“Poder dispor de duas mil calorias diárias, de um tecto, de condições para suportar o Inverno é um mínimo que deverá constituir um critério aplicável em todo o mundo e que depende da possibilidade de um emprego”. (Boutros-Gahli, p. 51)


“recuso-me submeter-me ao terrorismo da cientificidade” (Regis Débray, p. 84)

“A Unesco calculou que se pode financiar com onze mil milhões de dólares as necessidaeds fundamentais do Terceiro Mundo no domínio daeducação. Onze mil milhões de dólares é a quantia que os E. Unidos gastam todos os anos em produtos de beleza.” (Carlos Fuentes, p. 89)


“(…) o desejo de as mulheres permanecerem mães da humanidade (...) é talvez uma das maneiras mais sólidas para resistir à robotização (Júlia Kristeva, p. 212)


6/24/2009

POEMA 14 de João Carlos Martins

nunca foi o corpo

Nada correu como o previsto.

Quando cheguei, não sabia de ti.

Procurei-te até à exaustão nos lugares e nas pessoas do costume.

Ninguém sabia o teu nome e eu não estava seguro do nome que sabia.

Agora, procuro-te em corpos tão cansados como o meu.

No fim, quando a respiração abranda, descubro que nada encontrei.

Em ti não era o corpo.

Nunca foi o corpo.

Pela minha cama passaram corpos mais empenhados.

Pela minha cama passaram corpos mais absolutos.

Não deixaram quaisquer vestígios.

Apenas uma vaga noção de comparações.

Tentaste. Tu tentaste. O corpo nunca foi o teu forte.

Fora do teu corpo, estão os teus olhos. E as tuas mãos.

As tuas mãos estiveram sempre perto. Ainda as sinto.

Cada vez me lembro menos dos olhos.

O que eu não consigo esquecer é como eles sempre me viram tão feliz.

Destes e doutros dias, tenho-os todos numa mão.

Mas deixo cair alguns. Apanho-os um a um.

Encontro-te nalguns dos mais luminosos que estão no chão.

É nesses dias que encho o coração.

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