12/29/2009

PORTUGAL 9

CARREIRA, Medina e COSTA, Ricardo, O Dever da Verdade. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2005, 2ª ed. (Ca. 135 pp. e 15 euros)

“Em suma e em geral afigura-se-me que elas [«Novas Oportunidades»] se revestem de vícios que usualmente acompanham quase todo o nosso ensino nos seus vários sectores e níveis: facilidade e desleixo e dinheiro a mais, exigência a menos, desorganização, irresponsabilidade, ausência de avaliação e de resultados, dissipação de meios, preocupação estatística, desprezo pela qualidade e pelo mérito” (p. 65)

“(…) preferia um sistema em que um Presidente fosse eleito por seis (?) anos, tivesse poderes executivos e não pudesse ser reeleito. (…) entram e saem governos que, quanto ao essencial, mudam constantemente as orientações políticas, substituem o pessoal administrativo superior, colocam e promovem «vagas» de clientelas que, depois, permanecem nos quadros públicos sem mérito e sem utilidade. (p.117)

TEXTO de Gonçalo Luis Barra






Anjo



Pura Poesia coisa de anjos caídos já se vê

Vertigem duma queda à procura do porquê

Um pássaro sem asas que se imagina voar

Crendo trazer vida a queda que o vai matar






Cai nua sobre a ilusão do infinito com sorrir

Uma mentira ébria imergente em gravidade

Cerra os olhos e na queda imagina-se subir

Crendo-se a Lua de mão dada à Eternidade





Não quero iludir montanhas em queda livre poética

Quero respirar a prosa fresca em vales verdejantes

Cheirar a vida em flor marcada na pele dos amantes

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