3/12/2010

Gonçalo Luís Barra

Cigarra


De trás para a frente na quente e escura gaiolinha
Não grilo mas voraz pela alface fresca e verdinha
Não pelo sumo que tem também mas pelos folhos
Presa avara e húmida como o brilho desses olhos

3/10/2010

ARTE CLANDESTINA



MANIFESTO
arte clandestina

Por entre a euforia das obras contentes de si mesmas,  a mais das vezes em bicos de pés ou aos ombros de satisfeitos autores, quero o meu fazer clandestino.

Não gosto de dar a saber e tenho asco a que me sigam. 
Gosto de ser onde ninguém me saiba, o meu prazer é todo de forros e bainhas.

Não, não quero dar nas vistas - mais do que já dou – mais do que ser este que me dança e perde.
Para quê acrescentar notícias à desdita?

Por isso, oh público – ou amigos a quem nunca conto o que fabrico – um e outros por favor não amuem: o meu prazer são espaços de vazio, vagares de silêncio, tempo gotejando de relógios parados nas paredes.
Como ouvir na barafunda?

Sim, arte (à falta doutra palavra?) clandestina – eis o meu apelo.
Onde?
Quando?
Submersa.



3/08/2010

POLITICA 10




NOHLEN,Dieter, Os sistemas eleitorais: o contexto faz a diferença. Lisboa: Livros Horizonte (Ca. 158 pp. e 15 euros)


“Considero como sistemas eleitorais clássicos os sistemas de maioria relativa e absoluta assim como o sistema de representação proporcional pura, isto é, sistemas eleitorais, cujos efeitos Maurice Duverger formulou os seus enunciados deterministas que são ainda hoje uma referência quase obrigatória para qualquer trabalho científico sobre sistemas eleitorais (1). (Pág. 122)

(1) Sucintamente, as famosas «leis sociológicas» de Duverger (Die Politischen Parteien (edição castelhana, 2001, Los Partidos Políticos), Tubingen, Mohr) – que enunciam que o sistema de maioria relativa conduz a um sistema bipartidário com dois grandes partidos que se alternam no exercício do poder) enquanto o sistema de representação proporcional conduz a um sistema multipartidário (…) (Nota in pág. 145)

Arquivo do blogue