2/26/2009

CONFERÊNCIA 2


STEINER, George (coord.) A Ciência Terá Limites? Lisboa, Gradiva, 2008 (Ca. 282 pp e 15 euros)

Peter Woit:

“A organização actual da investigação em física põe os melhores jovens na posição de precisarem repetidamente de provaram as suas capacidades, de produzirem resultados em escalas temporais de um ou dois anos no máximo, se quiserem continuar empregados. Em níveis mais elevados de carreira, mesmo pertencendo aos quadros, a pressão das candidaturas a bolsas continua a desencorajar muitos de fazerem o tipo de compromisso com uma investigação impopular e especulativa que poderá ser precisa para progredir” (p. 79)

Wolf Singer:

“Se os processos neuronais são a base e a causa de todos os fenómenos mentais, e se os processos cerebrais seguem as leis da natureza, então o principio de causalidade tem de ser válido para as interacções neuronais. Apesar de haver ruído e interferência, cada estado do cérebro é uma consequência necessária do estado anterior e as decisões não são mais do que estados cerebrais especiais. Esta noção tem implicações muito vastas na forma como nos compreendemos.” (p. 87)

“poderemos passar horas a mostrar exemplos que provam que o cérebro produz inferências de que não temos consciência, que reconstrói continuamente o mundo de acordo com conhecimentos a priori e que nós, enquanto sujeitos sensíveis, temos de assumir como certo o que o sistema acaba por nos oferecer como experiência consciente.” (p.92)

 

 

 

 

2/24/2009

Introdução à Culinária do Japão 1 – por Gonçalo Barra


SUSHI (すし)[1]

 

            No Japão o termo sushi designa todas as preparações à base de arroz avinagrado: o sumeshi[2]. A definição simples de sushi é “arroz avinagrado com uma cobertura ou recheio de peixe, marisco, vegetais ou ovo crus, cozinhados ou marinados”[3], “qualquer das várias preparações de arroz avinagrado e peixe cru”[4], “todas as preparações à base de arroz avinagrado” [5], ou apenas: “marinada de arroz no vinagre”[6].

 

            O sushi vegetariano é também muito apreciado, em combinações de arroz avinagrado com pepino, cogumelos shitake, abacate, e outros vegetais[7].

           

            O sushi poderá ter chegado ao Japão com a introdução do cultivo do arroz, no séc. IV a.C., (um caractere Chinês, ainda hoje utilizado no Japão, aparece num dicionário que se pensa ser do séc. III ou IV a.C.[8]), ou sido trazido da China por monges budistas no séc. VII d.C.. Os dois caracteres chineses que significam «peixe em conserva» e «peixe fermentado em arroz e sal», surgiram no Japão no início do séc. VIII d.C. [9]. A mais antiga forma de sushi era um meio de conservação de peixe, e não propriamente uma maneira de comer arroz[10].

 

            Deste modo neutralizavam-se as bactérias devido à reacção provocada entre o ácido láctico produzido pela fermentação do arroz cozido e os ácidos aminados das proteínas do peixe[11].

 



[1] Alfabeto simplificado Hiragana, letras "SU" e "SI". Ver HOSKING, Richard, A Dictionary of Japanese Food – Ingredients & Culture, Tuttle Publishing, Tokyo/Rutland, Vermont/Singapore, 1996, p. 150.

[2] KAZUKO, Emi, Sushi, Éditions Solar, Paris, 2003, p. 11.

[3] BARBER, Kimiko, TAKEMURA, Hiroki, Sushi, Dorling Kindersley – Civilização Editores, Limitada, Porto, Agosto de 2003, p. 6.

[4] HOSKING, Richard, A Dictionary of Japanese Food – Ingredients & Culture, Tuttle Publishing, Tokyo/Rutland, Vermont/Singapore, 1996, p. 150. Tradução nossa do Inglês: any of various preparations of vinegared rice and raw fish.

[5] KAZUKO, Emi, Sushi, Éditions Solar, Paris, 2003, p. 11. Tradução nossa do Francês : Au Japon, le terme de «sushi» désigne toutes les préparations à base de riz au vinaigre.

[6] KASUKO, Emi, FUKUOKA, Yasuko, La Cuisine Japonaise – Toutes Les Traditions, Les Techniques et les Recettes de cette Cuisine Intemporelle, Manise, s/ data, ISBN 2-84198-183-5, s/ local, imprimido em Singapura em Junho de 2005, p. 15. Tadução nossa do Francês : «marinade de riz dans le vinaigre»

[7] NISHIMOTO SCHINNER, Myoko, Japanese Cooking – Contemporary & TraditionalSimple Deicious and Vegan, Book Publishing Company, Summertown, Tenessee, 1999, p. 33. Tradução nossa do Inglês: Vegetarian sushi featuring cucumber, shiitake, avocado, and other vegetables are also popular.

[8] MASUI, Kazuko, MASUI Chihiro, Sushi Secrets, Hachette Ilustrated UK, Octopus Publishing Group, Ltd., London, s/ data, ISBN 13: 978-1-84430-049-5, p. 19.

[9] BARBER, Kimiko, TAKEMURA, Hiroki, Sushi, Dorling Kindersley – Civilização Editores, Limitada, Porto, Agosto de 2003, ps. 6, e 7. Neste sentido, também VARELA SOARES, Mário, Arroz Bago a Bago, Booktree – Sociedade Editorial, Lda., Novembro de 2002, p. 161, onde regista: Aparentemente foi no século VII da nossa era que os Japoneses inventaram uma fórmula artificiosa de conservar o peixe fresco durante algum tempo, cortavam-no em pequenas porções e envolviam-no em arroz cozido.

[10] HOSKING, Richard, A Dictionary of Japanese Food – Ingredients & Culture, Tuttle Publishing, Tokyo/Rutland, Vermont/Singapore, 1996, p. 105. Tradução nossa do Inglês: the most ancient form of sushi, which was a way of preserving fish rather rhan a way of eating rice. Assim também MASUI, Kazuko, MASUI Chihiro, Sushi Secrets, Hachette Ilustrated UK, Octopus Publishing Group, Ltd., London, s/ data, ISBN 13: 978-1-84430-049-5, p. 19, onde se regista: Sushi was at first a method of preserving fish.

[11] VARELA SOARES, Mário, Arroz Bago a Bago, Booktree – Sociedade Editorial, Lda., Novembro de 2002, p. 161.

2/22/2009

TESTEMUNHOS 19


SAGAN, Carl, As Variedades da Experiência Científica - Uma visão pessoal do processo de Deus, Lisboa, Gradiva, 2007 (ca. 285 pp. e 28 euros)

Albert Einstein: 
Creio que o sentimento religioso cósmico é o mais forte e nobre motivo para a pesquisa científica  (cit.pág. 22)

“Quanto mais queremos acreditar em qualquer coisa mais cépticos temos de ser” (p. 233)

“o ónus da prova [da existência de Deus – N. de Kriu] recai sobre os que afirmam que Deus existe. (…) Porque de outro modo seria muito fácil lançar opiniões, se quem as propusesse não tivesse a responsabilidade de demonstrar que são verdadeiras. Tem aqui um conjunto de trinta e uma propostas feitas por mim, e adeus!” Quer dizer, ficávamos numa situação caótica. (p. 244)

"Podemos assegurar-nos de que aqueles em quem votamos têm opiniões racionais sobre estes assuntos. Podemos esforçarmo-nos por nos assegurarmos de que há verdadeiras diferenças de opiniões entre os candidatos opostos. Podemos escrever cartas para os jornais e por ai fora. Mas, mais importante do que tudo isto, creio, cada um de nós deve munir-se de um “kit de detecção de tretas.” (…) Os governos distorcem os factos de modo a permanecerem no poder.” (pp.258,9)


É mais provável a natureza sair do seu curso ou um homem dizer uma mentira?
Thomas Paine

Humor 3 A Cruz do Emprego...

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