7/04/2012


AGHION, Philippe e ROULET, Alexandra. Repensar o Estado. Para uma Social-Democracia de Inovação. Maia: ed. Círculo de Leitores, 2012 


“Como podemos desinteressar-nos da história fiscal destes países  [escandinavos, nota de Kriu] quando nos propomos reformar o sistema fiscal? Não obstante as reformas introduzidas, uma característica comum aos regimes fiscais escandinavos atuais é a de continuarem a apresentar um sistema de imposições obrigatórioas globalmente elevadas e fortemente progressivas. Esta acentuada progressividade, bem como a ausência de nichos fiscais, explicam por que é que a distribuição dos rendimentos após impostos é mais equitativa nestes paises do que nos outros” (p. 98)


“Este livro propõe uma estratégia diferente para responder às mesmas preocupações: o  investimento em capital  humano e a concretização de inovação para estimular o crescimento e o emprego, para permitir aumentar continuados de salários, sem reduzir a competitividade; a implementação de uma flexisegurança para proteção dos indivíduos contra os efeitos negativos do desemnprego; uma nova politica industrial para impulsionar o  nosso setor fabril  na cena internacional;  uma representação ou assistência sindicais em todas as empresas para aumentar os direitos dos trabalhadores e melhorar as relações laborais; um sistema fiscal mais progressivo sem nichos que permita reduzir sensivelmente  as desigualdades de rendimentos sem no entanto desencorajar o investimento inovador; finalmente um Estado apoiado numa base sólida, não só porque a democracia é boa em si mas também porque a novação precisa de verdade e porque a democracia impede (…) o nepotismo e as políticas clientelistas” (p.p. 148,9)

7/03/2012


RIEMEN, ROB, O Eterno  Retorno do Fascismo. Lisboa: Bizâncio, 2012 (ca.  78 pp e 5 euros)

“Na verdade, para todos os eleitores que não votaram em Hitler, nenhum partido foi capaz de liderar a resistência contra o monopólio nacional-socialista. E isto teve tudo a ver com a deterioração das élites, que não tiveram coragem para defender os seus princípios e responsabilidades sociais. Os liberais deixaram de defender os ideais da liberdade do humanismo europeu, passando a interessar-se apenas pela liberdade do mercado. (…) Foi assim que os fascistas chegaram ao poder.”  (pp. 38,9)


“A nossa verdadeira identidade não é determinada pela nacionalidade, origem, língua, crença, rendimentos  (…) ou tudo o que distingue as pessoas umas das outras, mas precisamente por aquilo que as une e possibilita a unidade: os valores espirituais universais que moldam a dignidade humana  e  que todos os homens devem adoptar. (…) a arte, as humanidades, a filosofia e a teologia ocupam um lugar central na educação, porque são o  conjunto  mais importante de instrumentos que permitem forjar em nós as virtudes e nos ajudam a adquirir uma certa sabedoria.,” (p. 54)


“Numa sociedade do Kitsch, a política já não é um espaço  público para um debate sério sobre um modelo de sociedade e o modo de a atingir. A política tornou-se uma espécie de circo, no qual os políticos se esforçam por conquistar e manter o poder através de slogans e de uma imagem pública. (…) A educação já não visa o carácter para ajudar as pessoas a viverem na verdade e a criarem beleza para permitir a aplicação da justiça e a transmissão de uma certa sabedoria.  Degenerou num instrumento de transmissão de tudo o que é utilitário, de conhecimentos úteis à economia e de tudo o que necessitamos de saber para ganhar dinheiro.” (p. 86)

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