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SEN, Amartya, O Desenvolvimento como Liberdade, Lisboa, Gradiva, 2003
(Ca. 383 pp. e 19 euros)
“O sucesso de uma sociedade deve ser avaliado (…) primeiramente pelas liberdades concretas de que gozam os membros dessa sociedade (…) Uma maior liberdade reforça a capacidade das pessoas para se ajudarem a si mesmas e, também, para influenciarem o mundo e tais capacidades são fulcrais para o processo de desenvolvimento” (p.34)
“A abordagem adoptada centra-se num suporte factual que a diferencia de uma análise mais tradicional da ética prática e da política económica, como por exemplo, a fixação “economista” no primado do rendimento e da riqueza (mais do que nas características da vida humana e das liberdades concretas) o enfoque”utilitarista” na satisfação mental (mais do que no descontentamento criativo e na insatisfação construtiva) a preocupação “libertária” com os procedimentos em vista da liberdade” que desleixam deliberadamente as consequências que decorrem de tais procedimentos) ” (p. 35)
“A mudança de perspectiva é importante para nos facultar um olhar diferente (…) sobre a pobreza. (…) o desemprego não se resume a uma falta de rendimentos, que pode ser compensada pelo Estado (…) Entre os seus múltiplos efeitos o desemprego contribui para a “exclusão social” (…) conduz a perdas de auto-estima, de auto-confiança e de saúde física e psicológica” (p.36)
“os homens de Bangladesh têm mais hipóteses de viver para lá dos quarenta anos do que os homens afro-americanos de Harlém, na próspera cidade de Nova Yorque” (p.39)
“O reforço de liberdade humana é simultaneamente o fim principal e o meio primordial do desenvolvimento” (p.66)