4/09/2011

FISKE, John, O Destino do Homem. Lisboa: ed. Alfabeto, 2010 (ca. 102 pp. e 12 euros)

“A superfície cerebral da criança humana é semelhante à do macaco. Num adulto selvagem, ou um camponês europeu, os sulcos são mais ou menos nítidos e intrincados. Já no cérebro de um reconhecido académico, os sulcos são profundos e sinuosos e observamos centenas de pregas que não existem no cérebro do homem comum. Por outras palavras, a superfície cerebral destes homens, que é a «sede» de vida mental consciente, cresceu enormemente em termos de área e é de assinalar que, em muitos casos, continua a crescer, até uma idade muito avançada. Ao reunirmos todos estes factores, torna-se claro que, no caso de animais mais primitivos, cujas vidas consistem numa colecção de actos reflexos monotonamente repetidos de geração em geração, não pode existir nada – ou quase nada – do que conhecemos sob o nome de «consciência». Só quando a vida se torna complexa e variada (...) é que atinge o dealbar da consciência. (p. 40,1)



Quando a humanidade começou a desenvolver-se, abriu-se um capítulo inteiro novo na história do Universo (...)  doravante o aspecto dominante da evolução já não seria a génese de espécies mas o progresso da civilização” (p. 24)

4/05/2011


BÉNARD DA COSTA, João, Crónicas: imagens proféticas e Outras. Lisboa: Asssírio e Alvim, 2010, 2º vol. (ca. 556 pp. E 28 euros)



“Não há ninguém que não vos diga que «isto» é um «sítio» de analfabetos (até os analfabetos). Nunca se venderam menos livros, nunca se leram menos livros, etc. etc. À primeira vista parece que têm carradas de razão. Basta entrar num livreiro (dos raros sobreviventes, fora das muralhas dos «centros comerciais») à busca de um livro que não seja o último de Margarida Rebelo Pinto ou de Paulo Coelhoer4 (...) Sobretudo, se o livro procurado for «velho» (por «velho» se entendendo tudo o que foi publicado há mais de seis meses). Pior ainda se for um «clássico» (p. 137)



“Se o público fica desiludido, o problema é dele. Nunca me dirigi ao grande público. Tenho o meu público, que é bastante fiel» Eric Rhomer, citado a pp. 192,3



Aos 14 anos, em 1949, já vivi mais participativo as «eleições presidenciais» de 1949, disputadas entre os generais Carmona e Norton de Matos, o primeiro com 80 anos e o segundo com 82, «candidatos às urnas» como brincavam os maledicentes. (p. 307)

4/04/2011

What is a rating agency?



A credit rating agency is a company that is paid to measure risk relating to a debt or debtor, and label it accordingly. This can apply to a company, bank, government or an investment.



For instance, a relatively strong company like Google may get an AA+ rating, meaning any money it borrows will cost less because lenders are more likely to get their money back.



These agencies are essentially ‘the big three’ – Standards & Poor’s, Moody’s and Fitch. These three companies make up about 90 percent of the total world ratings market.



The problem began in the early 1970’s. Until then, rating agencies were paid by investors to rate assets they wanted to buy into.



Then the payment system changed. The agencies started getting paid by the seller instead, on a per-rating basis. This gave them an incentive to rate more, and also more generously.



How it worked in the sub-prime mortgage crisis



Over the past decade, a lot of people in America couldn’t really afford the money they borrowed for their house. These were called sub-prime mortgages.



These sub-prime mortgage contracts were grouped together with some safer mortgage contracts and other investments and sold on as one overall asset.



These bundles of rubbish were known as Collateralised Debt Obligations (CDOs) and were sold on to the big investment banks that needed assets to balance out their liabilities.



They too, on-sold them to investors looking for a safe, steady income. Houses were seen as safe because prices, supposedly, always go up.



However, before any buyer bought these CDOs, they checked their rating to see how risky they were. Most buyers (investors) would not buy something with a CC rating for instance. In fact, many savings funds like pensions had a rule of only investing in A or above rated investments.



So to sell these CDOs to investors, the rating had to qualify. The problem was many of the CDOs didn’t deserve a high rating because they were based on people who couldn’t realistically pay back their mortgage.



Therefore, the banks needed the rating agencies to effectively lie and give them a higher rating.



The rating agencies were more than willing to do this because if they didn’t, the bank would simply go to their competitor down the road who would gladly take the business. And with average rating fees of over US$300,000 and margins of 50 percent, it was no wonder.



The agencies also became advisers rather than independent judges. They would tell the banks how to restructure the dodgy asset so that they could give it a higher rating. And these changes were mostly technicalities rather than anything of sound substance.



There was a supposed safety net in the system which meant that each investment had to be rated by two different agencies. However, this just resulted in two false ratings effectively making the safety net useless.



When investors complained that their supposedly safe investments were actually rubbish, the rating agencies pointed to a clause saying that they cannot be held liable for any incorrect ratings – basically “sorry, but sometimes we get it wrong”.



Despite clear deception from an entire industry on whose assessment the investment system depends, these agencies carry on today in much the same way.



Ironically, they are now downgrading the ratings of those who invested in their falsely rated products or those who have suffered from the resulting downturn. Yet, they stand in the public shadows while the banks take all the flack.



Yes the banks were at fault in pressuring the agencies to lie, but the agencies were clearly willing partners for their own financial gain.



By The Casual Truth



Related Links:

http://www.moneyweek.com/investments/stock-markets/the-great-credit-rati...



http://www.huffingtonpost.com/2009/10/21/bill-supposed-to-tighten-_n_328...



http://en.wikipedia.org/wiki/Credit_rating_agencies_and_the_subprime_cri...



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4/03/2011

DESTAQUE  Porque silenciam a ISLÂNDIA?

por: Francisco Gouveia, Engº (gouveiafrancisco@hotmail.com)






(...)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.

(...)

A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).



Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. (...) a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que (...) se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos (...)

Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.



Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.



O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.



Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.



Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística dupla) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria.



Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia).



Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora



(...)

Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.





As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos.



(...)

Graças a esta política (...) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam (...) a Islandia conseguiu sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.



O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores.


 





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