8/15/2007

"A inveja habita no fundo de um vale de onde jamais se vê o sol"
Ovídio
"Quem ouve, esquece, quem vê, percebe, quem faz, aprende"
Confúcio

CAPITALISMO 10


BALL,Philip, H2 0 Uma biografia da Água, Lisboa, Temas e Debates - Actividades Editoriais, Ldª, 2002
"O risco [...] está em que as funções económicas da água venham a superiorizarem-se às suas funções de sustentação da vida, e que aos três pilares de sustentabilidade - eficiência, equidade e protecção de ecossistemas - não seja dado igual peso" - Sandra Postel, citado a pág. 358 do livro, a propósito das perspectivas da água como um "bem económico". Dento do mesmo contexto conclui P.B.: "Em boa medida isto é uma questão de se escolher o tipo de mundo em que pretendemos viver".
Um estudo da água onde a expressão "tão simples como a água" revela toda a sua ignorância.

"Qualquer intelectual assume uma responsabilidade muito especial. Tem o privilégio e a oportunidade de estudar. Em contrapartida tem o dever de transmitir aos seus concidadãos os resultados dos seus estudos da forma mais simples, mais clara e mais sábia que lhe seja possível (...). Quem não for capaz de se exprimir de forma clara e simples, deve permanecer calado e continuar a trabalhar até conseguir alcançar clareza na expressão"
Karl Popper

CAPITALISMO 11


KUNSLER, James Howard, O Fim do Petróleo Lisboa, Ed.Bizâncio, 2006
Sobre a decadência da sociedade industrial e da civilização ocidental.
Segund J.K. quando o petróleo acabar e porque nenhuma outra fonte energética estará disponível para substitui-lo, nada mais será como antes, ou antes, tudo poderá voltar a um certo antes, isto é, a uma nova ordem feudal onde cada qual se acolhe a quem o proteja numa sociedade de proximidade e penúria generalizada.


"Avançar, avançar sempre a proa rumo aos mistérios
Infante D. Henrique, o Navegador

EDUCAÇÃO 2



GALENO, Eduardo, De Pernas Para o Ar, a Escola do Mundo às Avessas, Lisboa, ed. Caminho, 2002
"Muito antes de as crianças ricas deixarem de ser crianças e descobrirem as drogas que atordoam a solidão e mascaram o medo, já as crianças pobres inalam gasolina ou cola. Enquanto as crianças ricas brincam às guerras com balas de raio laser, já as balas de chumbo ameaçam os meninos da rua." p. 25
"O paraíso
Se nos portarmos bem está prometido, veremos todos as mesmas imagens e ouviremos os mesmos sons e vstiremos as mesmas roupas e comeremos os mesmos hamburgers e estaremos sós da mesma solidão dentro de casas iguais em bairros iguais de cidades iguais onde respiraremos o mesmo lixo e serviremos os mesmos automóveis com a mesma devoção e responderemos às ordens das mesmas máquinas num mundo que será maravilhoso para todo aquele que não tiver pernas nem patas nem raízes nem asas" P. 241
E. Galeno, américo-andino SABE do que fala.

CAPITALISMO 12


ELLUL, Jacques, Methamophoses du bourgeois, Paris, ed. de Table Ronde, 1998
P. 124/126, sobre a capacidade de assimilação do burguês: "Tudo transforma e de tudo se serve, achando a tudo interessante (de intere$e).
(...) Le bourgois assimile tout. Ce pouvoir d' assimilation est remarcable parce que c'est una manière d' être, c' est une caractéristique ontologique du bourgeois - et c'est une manière d' être qui se traduit par des processus particularisés d' assimilation, s' inscrivant dans le contexte global sociologique du monde bourgeois. Or avant le bourgeois, l' homme avait beaucoup plus tendence à se distinguer, à se différencier, à trancher ce qui était acceptable et ce qui ne l' était pas. Il y avait l' étranger, il y avait l' erreur, il y avait des absolus, il y avait des interdits (...). Le bourgeois absorbe ainsi ce qui lui est étranger et se renforce dans son être par cette absortion."
Numa época que tende a naturalizar o cultural e a achar que alcançou o fim da história é salutar chamar os bois pelo seu nome.

ALTERNATIVA 3



ABBOTT, Chris, ROGERS,Paul e SLOBODA, Jonh, As Ameaças do Mundo Actual - Alterações climáticas, Escassez de recursos naturais, Marginalização, Militarização, Terrorismo, Lisboa, Ed. Presença, 2007 (116 pags. ca. 16 euros)
Contém no final uma colecção de endereços internet úteis para quem quer conhecer mais sobre os temas em questão e AGIR.

"As pessoas podem sempre ser levadas a seguir os líderes. É fácil. Só é preciso dizer-lhes que estão prestes a ser atacadas e acusar os pacifistas de falta de patriotismo e de estarem a pôr o país em perigo. Funciona sempre da mesma forma, qualquer que seja o país"
Hermann Goering

HISTÓRIA 1


POPPER, karl, A Pobreza do Historicismo, Lisboa, Esfera do Caos, editores, 2007 (Ca. 19 euros)
"A mudança é algo que tem sido descoberta repetidas vezes desde os dias de Heraclito" (p.14)
"Os historicistas modernos parecem não ter consciência da antiguidade da sua doutrina. Crêem - e será que a sua definição de modernismo permitiria outra coisa? - que o seu tipo de historicismo é a conquista mais recente e mais ousada da mente humana. (...) Quase parece que os historicistas estão a tentar compensar-se pela perda de imutável, agarrando-se à convicção de que é possível prever a mudança porque esta se rege por uma lei imutável..." (p. 148/9)

GESTAO 8


HODRON, Penna, Quando Tudo se Desfaz, Porto, Asa Editora, 2007
"Estarmos totalmente vivos, sermos totalmente humanos e estarmos completamente despertos, implica sermos continuamente atirados para fora do ninho. Viver completamente é estar sempre numa terra de ninguém, experimentar cada momento como algo completamente novo e fresco. Viver é estar disposto a morrer vezes sem conta. (...) A morte é querermos agarrar-nos àquilo que temos e fazer com que cada experiencia nos confirme, nos felicite e nos faça sentir completamente unos"
"Ser feliz é um dever para com os outros."
Alain Chartier, in Propos sur le bonheur, Paris, Gallimard, 1928, p. 210

ARTE 6


"O romancista, dramaturgo, são seres metidos na realidade, capazes de a abarcar no seu conjunto ou nalguma das suas parcelas. Timidamente remetem para o público o seu romance ou o seu drama. Eles acreditam - acreditamos - que o que inventam e publicam acrescenta alguma coisa ao já possuído pelos homens. Mas a sua invenção e o seu acrescento passam sem pena nem glória quando nenhuma grande assinatura se dignou reparar neles. O vulgar, então, é que o escritor renuncie à sua visão pessoal de realidade, ou da verdade, e se converta em seguidor doutro ou doutros já acreditados. Isto é, que se acolhe à protecção próxima ou remota de uma grande assinatura, em cujo exemplo ou em cujo principio possa esconder-se. O conjunto destes seguidores constitui uma "escola". E "escolas" literárias sempre as houve. O que acontece é que, antes, deixavam uma margem para a independência e hoje não deixam. A sociologia do escritor mudou muito. Inclusivamente a do escritor "engagé". Eu sou-o evidentemente mas não com um grupo ou uma escola. Sou-o ao jeito do guerrilheiro e não do soldado regular"
Gonzalo Torrente Ballester, in prólogo a Don Juan escrito em 1963, publicado juntamente com a peça pela Difel, 2005

O mais perto que o general ou almirante modernos chegam de um recontro armado de qualquer espécie é uma caçada aos patos na companhia de executivos, no retiro da Continental Motors, Inc." (C.Wright Mills, The Power Elite [Nova Yorque, Oxford Unversity Press, 1956] p. 189
Caminha para a esquerda, caminha para a direita mas acima de tudo não hesites - ditado zen.

CAPITALISMO 13



GALBRAITH, John Kenneth
A Anatomia do Poder, Lisboa, Ed. 70, 2007 (239 pags., ca.17 euros)
"Há uma tendência nos que escrevem baseados em amplos conhecimentos e inteligência para deixarem que o tema os arraste para uma complexidade densa e uma profunda subjectividade. Pode entender-se a tentação: complexidade e subjectividade constituem uma protecção contra as críticas das quais se pode dizer que não entenderam a questão; são ainda mais compreensíveis como alternativa ao trabalho e frustração, de clarificações nem sempre fáceis. Mas são também um disfarce de verdade - um substituto de visão clara e severa do essencial. Tentei essa visão - procurei manter as fontes e os instrumentos do poder constantemente sob os olhos do leitor" (p. 15, in prefácio pelo autor)
"Pode avaliar-se até que ponto um líder é verdadeiramente poderoso pela forma como consegue convencer os seus seguidores a aceitar as suas soluções para os problemas deles, o seu caminho para os seus objectivos" (p. 68)
"exploração do consumidor ao mesmo nível que a do trabalhador" (p. 173)
"A organização e o poder condicionado são uma vez mais as forças activas" (p. 180)
"A singular (e para muitos prejudicial) realização de Marx foi persuadir as massas trabalhadoras de que esta falta de poder - esta submissão - não era natural ou inevitável. O poder podia de facto ser obtido" (P.224)
" A compulsão também é enfraquecida se existe rendimento disponível na forma de subsídio de desemprego ou pagamentos de segurança social como alterntiva à fome e às dificuldades. (...) Nenhuma queixa é mais comum na sociedade industrial do que a que afirma que os trabalhadores já não são tão diligentes e disciplinados como no passado. Esta queixa deve ser dirigida, em parte, contra a riqueza que que reduziu o poder compulsório do empregador. Mas também se fazem contra a Segurança Social e outros benefícios que muito contribuíram para eliminar o medo" (p. 229)

Existe um momento especial na vida de toda a gente, um momento para o qual a pessoa nasceu. Quando ela aproveita essa oportunidade especial, cumpre a sua missão - uma misão para a qual está singularmente habilitada. Nesse momento, atinge a grandeza. É a sua melhor hora.
Winston Churchill

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