Elias, Herlander, O Vídeojogo e o Entretenimento Global First Person Shooter, Lisboa, Col. Media XXI, 2008 (Ca. 180 pp. e 15 euros)
“O que vinca a distinção do FPS face ao shooter normal é o facto de primar pela perspectiva na primeira pessoa. (…) o jogador quando interage com o ambiente virtual do FPS vê toda a acção (ergon) como se estivesse a contemplar tudo através dos olhos da personagem” (p.15)
(…) além dos grafismos, as sonoridades são de um realismo estonteante porque se escutam sons de máquinas, passos de pessoas, tiros, outros equipamentos (…) que fazem do FPS algo de muito realista (…) ao ponto de deixarem memórias nos jogadores como se tivessem sido de facto uma experiência real (…) Por este motivo é que Atkins [Barrym Atkins, More Than a Game – The Computer Game as Fictional Form, Manchester, Nova Yorque: Manchester University, Press. 2003, N. de Kriu] usa a expressão “gritty engagement” (p. 22)
“A grande relevante neste aspecto [numa cultura orientada pela tecnologia – N. de Kriu] deve-se de facto a Macluhan porque “(…) in operational and practical fact, the médium is the message (…) retira-se deste excerto a ilação de que a mensagem é formatada pelo meio, o que representa uma impressão do código no meio da mensagem (…) então os jogos são a mensagem de um meio mais amplo” (p. 56,7)
“Os jogadores-utilizadores de jogos 3D tomam o espaço virtual, não apenas como lugar mas sobretudo como conteúdo, isto é, mais do que partilhar jogos e ficheiros o jogador encontra no cyberespaço um refúgio(..) uma zona-limite para exercitarem as suas identidades alternativas e também para se refugiarem. O cyber-espaço (…) é assim o verdadeiro jogo, o real jogo aquele que os jogadores utilizadores procuram (…) o jogo técnico e o jogo virtual são facetas da mesma aventura que se busca como conteúdo e não somente como contexto (p.134)
Nota: o livro contém 26 páginas (153 a 179) de bibliografia e sitografia acerca de media e jogos.