4/07/2010

GESTAO 18

GODIN, Seth, Tribos – Precisamos de um líder. Alfragide: ed. Lua de Papel (Ca. 140 pp. e 12 euros)

“Se não se sentirem desconfortáveis no vosso trabalho como líderes, é quase certo que não estão a alcançar o vosso potencial máximo como líderes” (p. 54)

“A primeira coisa que têm de saber é que as pessoas hoje em dia têm muito mais poder (…) A segunda coisas (…) é que a única coisa que vos impede de serem mais uma daquelas pessoas que fazem a mudança é isto: falta de fé. Fé em como são capazes. Fé em como vale a pena. Fé em como os fracassos não vos vão derrubar” (p. 68)




“Defino pastar como o resultado de se contratarem pessoas que foram educadas para serem obedientes e de se lhes darem trabalhos idiotas e incutir a dose de medo necessária para as manter na linha” (p.90)

“Se ninguém se importa, então não temos tribo. Se não nos importamos (…) é impossível liderarmos” (p.115)


4/06/2010

CITAÇÃO 1

    Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e,  já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.

José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – p. 148

4/05/2010

PORTUGAL 10

VALADAS, Jorge, A Memória e o Fogo. Lisboa: Ed. Livraria Letra Livre, 2010 (ca. 157 pp. e 12 euros)
“O sucesso da «modernidade» nas sociedades pobres do Sul da Europa, reside justamente na capacidade de fazer coexistir duas formas de miséria (…) a miséria alienada do consumidor moderno com a dos que se mantêm privados desse estatuto. Registando-se todavia uma constante neste processo: continua a aumentar a diferença entre ricos e pobres – entre a nova classe média e os desfavorecidos” (p. 58)

“ (…) a corrente anarquista e sindicalista revolucionária maioritária no início do século XX, portadora de um projecto utópico de igualdade social. No decurso dos três primeiros quartéis do século XX as classes dirigentes portuguesas empenharam-se em esmagar essa corrente crítica, altiva, voluntária e subversiva (…) procurando reduzir novamente a imagem do povo explorado ao estereótipo do Zé Povinho. Mas quando esses valores já tinham sido considerados definitivamente extintos, eles voltaram a emergir logo que a canga autoritária foi arrancada pela revolução dos cravos. Coube então ao PCP, que ao longo da repressão salazarista havia capitalizado a energia subversiva popular, a tarefa de abafar tudo o que pudesse remeter para a ideia de auto-emancipação. (…) No seu tempo Antero havia já entrevisto o lado efémero da revolta nos territórios peninsulares «[A] monarquia acostumando-o à inércia que espera tudo de cima, obliterou o sentimento instintivo da liberdade, quebrou a energia das vontades, adormeceu a iniciativa; quando mais tarde lhe deram a liberdade não a compreendeu, (…) nem soube usar. As revoluções podem chamar por ele, sacudi-lo com força; continua dormindo sempre o seu sono secular!”

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