LOPEZ-SÉBILLE, Philippe, Geopolíticas do Petróleo, ed. Piaget, 2006.
“a ausência de um fórum internacional dedicado a uma cooperação indispensável sobre a situação e as perspectivas do mercado petrolífero fez-se duramente sentir.” (Pág. 394).
“Paralelamente a esta subida de preços, provocada basicamente por um consumo cada vez mais elevado, as emissões de gases com efeito de estufa aumentam também consequentemente. Esta bulimia petrolífera mundial corre o risco de ser duplamente custosa.
Para muitos analistas (…) o recurso ao petróleo corre o risco de ser limitado mais pelas restrições ligadas aos gases com efeito de estufa do que pela rarefacção de recursos.” (Pág. 395).
“É comum citarem-se duas causas principais na origem do mau desenvolvimento de muitos países produtores de petróleo: (…) deixar perigar a maior parte das actividades económicas do país apoiando-se sempre mais nos rendimentos do petróleo; as receitas (do petróleo) não incidem no desenvolvimento de outras fontes de riqueza (…) a opacidade que preside à atribuição das concessões e dos contratos petrolíferos ou a gestão danosa das receitas do petróleo (…) estimula uma corrupção já omnipresente nos aparelhos de Estado. (…) Sem uma plena e inteira colaboração dos governos, sinónimo de um abandono voluntário de soberania, o petróleo como outros recursos minerais em África e noutros lugares, pode ajudar a sair do subdesenvolvimento? O EITI foi criado para responder afirmativamente a esta questão. Esta iniciativa de várias ONGs (…) visa reforçar a transparência das operações financeiras entre companhias extractoras e os Estados. (…) Sobressaem disparidades de transparência de um país para o outro, de uma companhia para outra. Este aspecto pode fazer pensar que, em função do seu peso na produção do país, da importância do país na sua estratégia de conjunto e, claro está, dos dirigentes do país, as companhias elaboram diferentes normas e que, em matéria de transparência, não pode haver uma regra.” (Pág. 399, 400)
“É evidente que o EITI é o primeiro passo no bom sentido, mas há um caminho muito longo” (Pág. 401)
“Esta falta global de transparência a todos os níveis do negócio sublinha a pouca fiabilidade de certas previsões estatísticas dos Estados produtores, ainda que toda a gente esteja mais ou menos de acordo sobre os volumes globais. No fundo o sistema assenta quase exclusivamente nas declarações dos principais intervenientes, não verificáveis e não verificadas de maneira independente.” (…) A prioridade actual, na falta de uma solução milagrosa, consiste em desenvolver urgentemente (…) “carburantes verdes”. (Pág. 402).
”A crise que actualmente atravessamos ainda não é um choque petrolífero mas antes um aviso. Provocará algumas mudanças num sistema global que apresenta tão ostensivamente os seus limites? Dará início a um debate de fundo mais alargado, seguido por medidas concretas sobre as energias, uma melhor utilização dos recursos petrolíferos e uma certa forma de antecipação do depois do petróleo? Tantas novas incertezas… Contudo quem é que molda simultaneamente os nossos modelos de sociedade e alimenta o seu crescimento económico, sem falar de eventuais perspectivas de desenvolvimento nos países que, neste momento ainda estão privados dele? O consumo de energia.
Em África há sol, rios, vento e também petróleo e gás mas, na melhor das hipóteses, para outros mercados: apenas 10% da população têm acesso à electricidade (…) De que tipo de desenvolvimento é que se fala há quarenta anos, e como travar a imigração nestas condições?” (Págs. 406/7)
“a ausência de um fórum internacional dedicado a uma cooperação indispensável sobre a situação e as perspectivas do mercado petrolífero fez-se duramente sentir.” (Pág. 394).
“Paralelamente a esta subida de preços, provocada basicamente por um consumo cada vez mais elevado, as emissões de gases com efeito de estufa aumentam também consequentemente. Esta bulimia petrolífera mundial corre o risco de ser duplamente custosa.
Para muitos analistas (…) o recurso ao petróleo corre o risco de ser limitado mais pelas restrições ligadas aos gases com efeito de estufa do que pela rarefacção de recursos.” (Pág. 395).
“É comum citarem-se duas causas principais na origem do mau desenvolvimento de muitos países produtores de petróleo: (…) deixar perigar a maior parte das actividades económicas do país apoiando-se sempre mais nos rendimentos do petróleo; as receitas (do petróleo) não incidem no desenvolvimento de outras fontes de riqueza (…) a opacidade que preside à atribuição das concessões e dos contratos petrolíferos ou a gestão danosa das receitas do petróleo (…) estimula uma corrupção já omnipresente nos aparelhos de Estado. (…) Sem uma plena e inteira colaboração dos governos, sinónimo de um abandono voluntário de soberania, o petróleo como outros recursos minerais em África e noutros lugares, pode ajudar a sair do subdesenvolvimento? O EITI foi criado para responder afirmativamente a esta questão. Esta iniciativa de várias ONGs (…) visa reforçar a transparência das operações financeiras entre companhias extractoras e os Estados. (…) Sobressaem disparidades de transparência de um país para o outro, de uma companhia para outra. Este aspecto pode fazer pensar que, em função do seu peso na produção do país, da importância do país na sua estratégia de conjunto e, claro está, dos dirigentes do país, as companhias elaboram diferentes normas e que, em matéria de transparência, não pode haver uma regra.” (Pág. 399, 400)
“É evidente que o EITI é o primeiro passo no bom sentido, mas há um caminho muito longo” (Pág. 401)
“Esta falta global de transparência a todos os níveis do negócio sublinha a pouca fiabilidade de certas previsões estatísticas dos Estados produtores, ainda que toda a gente esteja mais ou menos de acordo sobre os volumes globais. No fundo o sistema assenta quase exclusivamente nas declarações dos principais intervenientes, não verificáveis e não verificadas de maneira independente.” (…) A prioridade actual, na falta de uma solução milagrosa, consiste em desenvolver urgentemente (…) “carburantes verdes”. (Pág. 402).
”A crise que actualmente atravessamos ainda não é um choque petrolífero mas antes um aviso. Provocará algumas mudanças num sistema global que apresenta tão ostensivamente os seus limites? Dará início a um debate de fundo mais alargado, seguido por medidas concretas sobre as energias, uma melhor utilização dos recursos petrolíferos e uma certa forma de antecipação do depois do petróleo? Tantas novas incertezas… Contudo quem é que molda simultaneamente os nossos modelos de sociedade e alimenta o seu crescimento económico, sem falar de eventuais perspectivas de desenvolvimento nos países que, neste momento ainda estão privados dele? O consumo de energia.
Em África há sol, rios, vento e também petróleo e gás mas, na melhor das hipóteses, para outros mercados: apenas 10% da população têm acesso à electricidade (…) De que tipo de desenvolvimento é que se fala há quarenta anos, e como travar a imigração nestas condições?” (Págs. 406/7)
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