CORBIN, Alain, História dos Tempos Livres, Lisboa, ed. Teorema, 2001 (514 pp. e ca. 14.50 euros)
“O nosso projecto consiste em seguir a invenção das maneiras de imaginar, utilizar ou simplesmente viver uma gama de tempos disponíveis (…) das sociedades ocidentais entre 1850 e 1960” (p.5)
“Na Inglaterra, tal como nos Estados Unidos, elabora-se uma industria e uma cultura populares do divertimento (…) Ao longo da década de 1850 são projectados o Bois de Boulogne e o Central Park “ (p.7)
“ Os americanos inverteram o antigo pavor do tempo perdido. Consideraram o tempo livre um tempo ganho, poupado ao trabalho: como um (…) resultado benéfico da civilização dos Estgados Unidos.” (p. 10)
“ O aumento do tempo disponível. A desqualificação dos saberes artesanais, e, em maior medida, as transformações da estrutura temporal das sociedades ocidentais acentuaram na verdade o medo do vazio, dos tempos livres e agravaram a incapacidade do indivíduo de produzir tempo para si próprio. (…) Ou deveremos pensar que, a despeito do declínio histórico do trabalho, as limitações que são as dos tempos laborais não param de se transpôr para o tempo disponível e determinar os seus conteúdos?” (p.13)
“Mais ou menos todos os militantes do turismo social propagavam os «três D», «funções importantes do lazer» (…) descanso, que liberta da fadiga, divertimento, que liberta do tédio, e desenvolvimento da personalidade que «liberta dos automatismos de pensamento e da acção quotidiana». A sociedade de consumo substitui-os pelos três S: Sea, Sex and Sun.”(p.497)
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