STEINER, George, Os Logocratas. Lisboa: Relógio d’ Água, 2006 (ca. 200 pp. e 10 euros)
“ (…) é antes a pletora quase demencial dos novos títulos – 121 000 no Reino Unido para 2002 – que poderá representar a maior ameaça para a leitura séria, para a sobrevivência de livrarias com títulos de qualidade e espaço suficiente para manterem um fundo que satisfaça os centros de interesse e as necessidades de minorias. Em Londres, um primeiro romance que não obtenha uma notoriedade imediata ou não seja distinguido pela crítica será devolvido ao editor ou vendido em saldo num prazo de vinte dias. A simples verdade é que já não há espaço para esse milagre do gosto exploratório e em maturação ao qual tantos grandes autores devem a sua sobrevivência” (p. 83)
“Considero as bandeiras, os passaportes um pechibeque perigoso. Creio que somos hóspedes da vida.” (p. 106)
“A doença da intelligentsia é a vontade mais ou menos declarada (...) de querer jogar e ganhar nos dois tabuleiros: procurar (...) uma projecção mais ou menos duradoura na disciplina que se pratica e o sucesso público. É o grande veneno. É necessário ter-se muito orgulho e muita modéstia (...) para se saber dizer não, para se recusar a tentativa de atingir um público que não está de facto em condições de ajuizar do que, inclinando-nos, lhe apresentamos.” (p.152)
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