3/01/2008

POEMA 6

(...)
Como um sonho é esta tarde que tomba
e o nevoeiro que nos ramos se espessa
Com o frio perene das sombras.
E eu não sei se caminho por este cemitério
que é real no alto deste monte
com caminhos de candeeiros já acesos
ou se caminho pelos trânsitos quotidianos
da gente de lá fora
ou pelo cemitério indiscutivelmente real
do meu coração.
Se por acasao também eu sou somente
a máscara inventada da vida
por onde falam os mortos.
Não sei. Do que tenho agora apenas
alguma certeza é que sou um homem
que veio até aqui
para pôr flores no seu próprio túmulo
e que dá um passo e diz: Já está!
(extracto de "Um Mundo Apócrifo" de Diego Doncel, in Em Nenhum Paraíso, Lisboa, Averno, 2007)

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