12/31/2008
POEMA 12, de Carlos Drumond de Andrade (enviado por: Teresa Palma Fernandes)
12/30/2008
Natal... ou a ti que desapareces... (por: Gonçalo Barra)
12/27/2008
12/26/2008
BIOLOGIA 3
BEHE, Michael, A Caixa Negra de Darwin, Lisboa, Ed. Esquilo, 2008 (Ca. 345 pp. e 19.50 euros)
“Do pequeno grupo de cientistas que se ocupa de design inteligente, Behe é o mais proeminente e os seus argumentos são de longe os mais conhecidos”
(H. Allen Orr, “The New Yorker” na contra-capa do livro)
“
12/25/2008
12/24/2008
12/23/2008
MEDIA 2
Elias, Herlander, O Vídeojogo e o Entretenimento Global First Person Shooter, Lisboa, Col. Media XXI, 2008 (Ca. 180 pp. e 15 euros)
Nota: o livro contém 26 páginas (153 a 179) de bibliografia e sitografia acerca de media e jogos.
12/18/2008
PORTUGAL 6
SOCIOLOGIA 3
CAETANO, Ana, Abusadores Sexuais, Quem, Como e Porque o São?, Lisboa, Produções editoriais, 2008. (Ca. 165 pp. e 14 euros)
Em 2006 a pornografia infantil mundial arrecadou cerca de 97 biliões de dólares, sendo 13 biliões facturados nos Estados Unidos da América (Internet Filter Review, 2006)" (p.81)
“Assim que a criança inicia o seu percurso no mundo virtual tente acompanhá-la e mostre-se interessado nas descobertas do mesmo. (…)
É indispensável comprar programas de software que auxiliam ao bloqueio de sites (…) tais como os de índole pornográfica, violência (…)
Estes programas permitem controlar o tempo que as crianças passam ao computador (…)
Lentamente faça pequenas advertências, crie regras para a navegação segura, determine horários de navegação e mantenha se possível o computador comum a todos e fale dos potenciais perigos da internet” (p.88)
12/15/2008
ALTERNATIVA 10
“Se as actuais tendências de crescimento da população mundial, bem como a industrialização, a poluição, a produção alimentar e a exaustão de recursos continuarem inalteradas, os limites do crescimento para este planeta serão atingidos, em algum momento, dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável tanto na dimensão populacional como na capacidade da indústria” (in: “The Limits of Growth” cit. p.309 [The “Limits of Growth”, livro publicado em 1968 por dois fundadores do Clube de Roma: Aurélio Peccei e Alexander King - N. de Kriu]
[Nota de K.: alguns destes sites são empresas que comercializam fontes energéticas alternativas]
12/12/2008
EUROPA 7
a) (…) depois da guerra, a fase heróica, a dos grandes princípios e dos grandes homens.
b) (…) a extensa fase económica: do mercado único à moeda única (…) foi certamente uma fase dominada pela economia.
c) presentemente deverá ter início a fase propriamente política.” (p.106)
“Os islâmicos arriscam a própria vida pelo Islão, enquanto nós não sabemos sequer assumir-nos como cristãos. Um continente que fala, com uma só voz, de economia mas não de valores espirituais, é uma entidade meramente nominal” (p.110)
12/11/2008
RUA AUGUSTA 7 A Vingança da Memória
Agora sim, vamos ter em Lisboa um bilhete que dá para vários transportes.
A crise do petróleo e a ruína geral dos “capitalizados” levou a esfarrapada classe média/média-alta lisboeta pela primeira vez a andar de transporte público (sei o que digo, pois o meu juvenil “voto de despojamento” serviu-me para algo mais do que para empobrecer a escrita) e agora, sim, já a vejo, à boa burguesia, em Lisboa, como em Paris ou Londres, no metro e nos autocarros.
E não é que surge finalmente um bilhete único para os vários transportes?
Não há como os que mandam usarem aquilo sobre que legislam!
Sim, porque até agora quem andava de transporte público bem podia clamar contra as diferenças entre o metro, a carris, a CP ou Transtejo que obrigavam à compra de um bilhete para cada qual, a fim de se fazer a tal hora de trajecto, coisa que encontrei já na Dinamarca em 1972 e, finalmente, é possível em Portugal!
Mas agora sim, a coisa fia fino e surge o tal bilhetinho.
Vá lá, foi ao fim de trinta e quatro anos de democracia! (Afinal o primeiro abrigo numa paragem da carris surgiu “apenas” ao fim de quinze…)
Na década de oitenta – quando a tal geração que hoje é licenciada e escreve com aquele erro aprendia (mal) na Escola – na década de oitenta está-se em plena anestesia política à revolução de Abril: os livros deixam de contar o que foi a dinâmica do povo, o Natal regressou ao segredo dos lares e as telenovelas já dominam os serões, ou seja, quanto respeite ao mexer popular deixou de ter qualquer referência nos media e nas escolas. E o resultado foi este erro que hoje surge como a sombra do pecado cometido contra a memória histórica.
Que significa sinalizar de forma reflexa a primeira pessoa do plural, pois é disso que se trata quando se escreve “fala-mos” em vez de “falamos” ou “dize-mos” por “dizemos” - senão que o colectivo – o nós – se fecha sobre si próprio, se reflecte, passa a ver ao espelho, em vez de no/com o Outro?
O erro da geração que ora vai na casa dos trinta reflecte, como acima disse, as vicissitudes da política portuguesa: em determinado momento da nossa história pós-revolucionária mais precisamente a partir do golpe de 25 de Novembro e respectiva imposição do “estado de sítio”, o povo português – agora diz-se o “cidadão comum” - foi obrigado a dobrar-se sobre si próprio, “umbiguizar-se” (olhar para o umbigo) deixando de discutir a política na rua, abdicando de reunir política e sociedade, como entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975 sucedeu. (“Marx escreve em “A Questão Judaica” e noutros sítios que os enigmas da política moderna serão resolvidos quando «o homem real e individual» conseguir reunir de novo em si «o cidadão abstracto [político] de modo que a política e a sociedade voltem a estar unidos, e «só então se realizará a emancipação humana» (Paul Ginsbor, in A Democracia Que Não Há – Que Fazer Para Proteger O Bem Político Mais Precioso do Nosso Tempo – As Multinacionais e Os Impérios de Tv e Comunicação Social Estão a Dominar os Lobbys Políticos Por Todo o Mundo. Será Possível Salvar a Democracia?, Lisboa, Teorema, 2008. p. 72,3).
Ou seja, “cala-mos”, “sofre-mos”, “paga-mos” em vez de “calamos”, “sofremos” ou “pagamos”, e outros disparates gramaticais idênticos próprios de uma “Geração Anestesiada” (da memória portuguesa, da formação de Portugal, e, sobretudo, de si mesma!) uma geração sacrificada às passagens administrativas na Escola, a fim de que os fundos europeus não fugissem do País – e fossem, não para a educação e ferrovia como deveria ter sido, mas exclusivamente para os lobis das petrolíferas/construção de estradas - e então, dizia eu, “cala-mos” “sofre-mos” ou outros erros idênticos não são, pois, meros erros gramaticais mas verdadeiras vinganças da memória, a mostrarem à saciedede a história dos tempos pós-revolucionários: depois da festa, do mundo onde a politica e a sociedade estiveram de facto reunidas, veio o reflexo sobre si próprio, o virar-se para o espelho, a perda do sentido do Outro, do colectivo.
Por isso a geração que sofreu, ainda em criança, as consequências da anestesia lançada sobre os pais – e o país - escreve hoje, quando já adulta, “faze-mos” em vez de “fazemos”.
Como se ainda achasse que fazemos… sozinhos.
12/09/2008
FUTUROLOGIA 2
Brockman, John, (coord.) Grandes Ideias Perigosas, Lisboa, Tinta de China, 2008 (Ca. 373 pp. e 17.90)
“Em 1991, propus a ideia de que uma terceira cultura, que «consiste nos cientistas e outros pensadores do mundo empírico que, através do seu trabalho e dos seus ensaios, estão a tomar o lugar do intelectual tradicional na tarefa de tornar visível o significado mais profundo da vida, redefinindo quem somos e aquilo que somos». Em 1997, o crescimento da internet permitiu a implementação de uma casa para a terceira cultura, um site chamado Edge (www.edge.org) (...) onde «pensar com esperteza» prevalece sobre a anestesia da sabedoria. (p.17)
“A ideia perigosa (provavelmente verdadeira)(…) é a de que nós humanos não temos alma” (p.37)
"Criaturas vivas capazes de reflectir sobre a sua própria existência são um acidente normal existindo por um breve momento na história do universo. Pode existir vida noutra parte do universo mas não terá consciência e auto-reflexão. Não há Desígnio Inteligente e nenhum objectivo mais elevado para as nossas vidas (…) Muitas pessoas acham que esta sugestão é perigosa porque vêem-na como um caminho para uma vida desprovida de significado ou valores morais (…) O facto de a nossa existência não ter um propósito para além de si mesma é completamente irrelevante para a maneira como vivemos a nossa vida, uma vez que estamos dentro da nossa existência. O facto da nossa existência não ter um propósito para o universo – seja o que for que isso significa – não quer dizer, de maneira nenhuma, que não tem propósito para nós." (pp.72,3)
David Gelernter:
“Se esta é de facto a “era da informação” então as pessoas estão bem informadas acerca de quê, concretamente?” (p.123)
Lee Smolin:
“Acredito que alcançaremos a clareza relativamente a estas e outras implicações assustadoras da ideia de que todas as regularidades observáveis, incluindo aquelas que nos habituamos a designar como leis, são o resultado de evolução por relação natural. E acredito que, quando isto for alcançado, Einstein e Darwin serão encarados como parceiros na maior revolução ainda por acontecer na ciência, uma revolução que ensina que o mundo em que nos encontramos não é senão uma rede de relações sempre em evolução.” (p.160)
TESTEMUNHOS 16
AZEVEDO, Paulo, Uma Vida Normal, Porto, Porto Editora, 2008 ca.174 pp. e 13.90 euros
“Para mim na altura como agora não fazia sentido usar próteses apenas por questões estéticas” (p.59)
“… é a partir do momento em que uma pessoa percebe que é diferente que pode aprender a lidar com isso e aceitar-se melhor na diferença” (p.60)
“No ano em que me envolvi mais a sério nas competições, percebi (…) as dificuldades por que passam os atletas paraolímpicos por melhor que sejam. Não é apenas a ausência de apoios, é a indiferença. Nesse ano por exemplo houve doze pessoas a representar Portugal na competição internacional dos paraolímpicos (…) Trouxeram 12 medalhas quase todas de ouro e todas ignoradas” (p.135)
“Se alguém com voto na matéria chegar ao pé de mim e me disser que eu não tenho talento, ai abandono tudo mas se me disserem que não posso ser actor por não ter mãos e pernas, me fecharem essa porta, eu bato a outra porta” (p.169)
“Quando não consigo fazer alguma coisa – mas só em ultimo caso, admito – peço ajuda. E isso não é motivo de embaraço, é sinal de carácter. Todos temos fragilidades.” (173)
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