HARDT, Michael e NEGRI, António, Império, São Paulo, Livros do Brasil, 2004.
“A sociedade do controlo poderia ser assim caracterizada por uma intensificação e uma generalização dos apaelhos normalizadores da disciplinariedade que animam por dentro as nossas práticas comuns e quotidianas; mas ao contrário da disciplina, trata-se de um controlo que se estende muito para além das sedes estruturadas das instituições sociais através de redes flexíveis, modeláveis e flutuantes” (págs. 40/41)
“Sobre esta passagem da sociedade disciplinar à sociedade de controlo podemos adiantar (…) que a relação – cada vez mais interna – de implicação mútua de todas as forças sociais que o capitalismo usou ao longo de todo o seu desenvolvimento, hoje se realizou plenamente.” (pág. 42)
“Em contrapartida quando o poder se torna internamente biopolítico, o conjunto do corpo social é abrangido pela máquina do poder e desenvolvido na sua virtualidade. (…) A sociedade, subsumida sob um poder que desce até aos centros vitais da estrutura social e dos seus processos de desenvolvimento, reage como um corpo único. O poder exprime-se assim como um controlo que invade o fundo das consciências e dos corpos da população – e que se estende ao mesmo tempo, através da totalidade das relações sociais.” (p. 42)
“A legitimação da máquina imperial tem origem, pelo menos em parte, nas industrias da comunicação, quer dizer, na transformação que converte o novo modo de produção numa máquina. Estamos perante um sujeito que produz a sua própria imagem de autoridade. Perante uma forma de legitimação que não se baseia em nada que lhe seja exterior e que se reformula a todo o momento no desenvolvimento da sua própria linguagem de autoavaliação.” (p. 51)
“Nos termos da esfera biopolítica a vida destina-se a trabalhar para a produção e a produção a trabalhar para a vida. (…) Um dos lugares onde podemos situar a produção biopolítica da ordem consiste nas conexões imateriais de produção da linguagem, de comunicação e de símbolos que as indústrias da comunicação estabelecem. O desenvolvimento das redes de comunicação está organicamente ligado à emergência da nova ordem mundial; por outras palavras, estamos aqui perante o efeito e a causa, o produto e o produtor. A comunicação não só exprime mas também organiza o movimento da globalização. Organiza-o multiplicando e estruturando as interconexões através de redes, exprime-o e controla o sentido e a direcção do imaginário que percorre essas conexões das redes de comunicação. Dito de outro modo: o imaginário é guiado e conduzido no quadro da máquina de comunicar (…) a mediação é absorvida na máquina da produção (p. 50)
“O que temos necessidade de descobrir é de que modo a multidão se organiza e redefine como um poder político positivo.” (p. 433)
“A sociedade do controlo poderia ser assim caracterizada por uma intensificação e uma generalização dos apaelhos normalizadores da disciplinariedade que animam por dentro as nossas práticas comuns e quotidianas; mas ao contrário da disciplina, trata-se de um controlo que se estende muito para além das sedes estruturadas das instituições sociais através de redes flexíveis, modeláveis e flutuantes” (págs. 40/41)
“Sobre esta passagem da sociedade disciplinar à sociedade de controlo podemos adiantar (…) que a relação – cada vez mais interna – de implicação mútua de todas as forças sociais que o capitalismo usou ao longo de todo o seu desenvolvimento, hoje se realizou plenamente.” (pág. 42)
“Em contrapartida quando o poder se torna internamente biopolítico, o conjunto do corpo social é abrangido pela máquina do poder e desenvolvido na sua virtualidade. (…) A sociedade, subsumida sob um poder que desce até aos centros vitais da estrutura social e dos seus processos de desenvolvimento, reage como um corpo único. O poder exprime-se assim como um controlo que invade o fundo das consciências e dos corpos da população – e que se estende ao mesmo tempo, através da totalidade das relações sociais.” (p. 42)
“A legitimação da máquina imperial tem origem, pelo menos em parte, nas industrias da comunicação, quer dizer, na transformação que converte o novo modo de produção numa máquina. Estamos perante um sujeito que produz a sua própria imagem de autoridade. Perante uma forma de legitimação que não se baseia em nada que lhe seja exterior e que se reformula a todo o momento no desenvolvimento da sua própria linguagem de autoavaliação.” (p. 51)
“Nos termos da esfera biopolítica a vida destina-se a trabalhar para a produção e a produção a trabalhar para a vida. (…) Um dos lugares onde podemos situar a produção biopolítica da ordem consiste nas conexões imateriais de produção da linguagem, de comunicação e de símbolos que as indústrias da comunicação estabelecem. O desenvolvimento das redes de comunicação está organicamente ligado à emergência da nova ordem mundial; por outras palavras, estamos aqui perante o efeito e a causa, o produto e o produtor. A comunicação não só exprime mas também organiza o movimento da globalização. Organiza-o multiplicando e estruturando as interconexões através de redes, exprime-o e controla o sentido e a direcção do imaginário que percorre essas conexões das redes de comunicação. Dito de outro modo: o imaginário é guiado e conduzido no quadro da máquina de comunicar (…) a mediação é absorvida na máquina da produção (p. 50)
“O que temos necessidade de descobrir é de que modo a multidão se organiza e redefine como um poder político positivo.” (p. 433)
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