1/13/2008

PSI 1

ABREU, J. P., Como tornar-se doente mental , Lisboa, Dom Quixote, 2006.
“Se as pessoas se habituam a fazer aquilo que lhes apetece já não conseguem fazer o que querem.”
“Se não mentir a si próprio, descobrirá que é uma pessoa com limites e deixará de querer ir a todas, como fazem os fóbicos. Também não será dono da verdade nem tão importante como são os paranóicos. Não será o mais perfeito, o que fica para os obsessivos, nem tão brilhante ou poderoso como os histriónicos ou psicopatas. Não será uma pessoa muito original como os esquizofrénicos, nem um génio como os maníaco-depressivos. Será apenas uma pessoa comum que aceita os desafios e os paradoxos da vida, faz o possível por, em cada momento, dar o que pode e actuar em conjunto com os outros. No entanto, tem de assumir a responsabilidade completa pelas suas acções. Afinal, todos fomos expulsos do Paraíso e condenados à solidariedade. Fizemos de fraquezas forças e, uns com os outros, construímos coisas admiráveis. Convenhamos entretanto que tudo isto é muito complicado, pouco gratificante e difícil de fazer. Fácil, fácil é mesmo tornar-se doente mental. (do Epílogo)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Arquivo do blogue