4/15/2010

TESTEMUNHOS 19



David Barsamian entrevista Edward W. Said. Lisboa: Campo das Letras, 2004 (Ca. 198 pp. e 15.75 euros)

“Tenho sido incapaz – escreve Edward W. Said “de viver uma vida descomprometida ou suspensa: nunca hesitei em declarar a minha filiação numa causa extremamente impopular” (p.9)

“Peso que a definição de terror e terrorismo deve tornar-se mais precisa, a fim de nos tornar capazes, uma vez que gozamos de um poder tão grande enquanto nação, de distinguir entre, por exemplo, aquilo que os palestinianos fazem para lutar contra uma ocupação militar israelita, que continua a fazer-se sentir desde há quase trinta e cinco anos, e o terrorismo de tipo daquele que teve por desfecho o ataque contra o wordl trade center. De resto há também terrorismo de Estado” (p. 104)

"O terrorismo transformou-se numa espécie de cortina que foi montada desde o fim da Guerra Fria pelos arquitectos das políticas de Washington, bem como por um grupo inteiro de pessoas como Samuel Huntington e Steve Emerson (...)É uma ilusão concebida para manter a população amedrontada, insegura e para justificar tudo o que os Estados Unidos querem fazer a nível global” (p. 86)

"(…) o Islão é caracterizado como uma religião violenta. E é óbvio que os acontecimentos dos últimos anos reforçaram esta ideia. Tentar esclarecer as coisas é um gesto condenável. Esta maneira de ver é-nos hoje imposta por ex-esquerdistas como Christopher Hitchen, Michael Ignatieff e Michael Walzer que se associaram a uma (…) extraordinária campanha destinada a mostrar que o terrorismo é inerente ao Islão, que se enraíza na sua natureza essencial” (p. 132)

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