FOI APENAS UM SONHO
(Revolutionary Road) de Sam Mendes – 2008 – EUA/Inglaterra)
A casa onde residem é um chalé simples, mas amplo e confortável. Ao redor, muitas árvores que tornam o local pitoresco e agradável...
Ambos mantém uma boa convivência com os vizinhos e têm uma vida, de certa forma, tranquila; se não fosse a insatisfação pessoal que os perturba por motivos distintos.
April é uma atriz que, não suportando seu fracasso no teatro, desiste da carreira para se dedicar às tarefas do lar e aos cuidados com os filhos. Mas a frustração como atriz torna-a uma pessoa intolerante e mal-humorada. Frank, por sua vez, detesta o seu trabalho burocrático na mesma empresa onde seu pai trabalhou toda sua vida. Ele sonhava algo diferente no campo profissional, mas não sabia realmente o quê.
A insatisfação pessoal que ambos experimentam começa a interferir no relacionamento amoroso do casal que não consegue mais conversar, sem transformar qualquer diálogo numa briga, sempre improdutiva.
Aborrecido com o clima pesado no lar, no dia do seu aniversário Frank resolve sair com uma colega de trabalho, com quem desabafa sua angústia. A traição, porém, lhe causa um imenso remorso, quando ele chega em casa e April, carinhosamente, o recebe com uma festa...
A supresa preparada para o marido surgiu ao rever as fotos do início do casamento, quando eram felizes.
Ansiosa por recuperar a felicidade perdida, April propõe ao marido deixar tudo para trás e recomeçar uma vida nova em Paris.
(...)
Mas o projeto fica seriamente comprometido com a súbita promoção de Frank no emprego e a perspectiva de um terceiro filho...
Pensando de forma sensata, Frank quer desistir da viagem e explica seus motivos; ansiando para que April o compreenda. Só que, para ela, o sonho de morar em Paris transformara-se numa obcessão, que a conduz à uma trágica loucura.
Viúvo, solitário e infeliz, Frank acaba por se dedicar exclusivamente ao trabalho e aos seus dois filhos...
A reflexão que se faz desse filme é que é preciso discernir sobre a diferença que existe entre o sonho e a obstinação. Como disse o escritor Fernando Sabino: “Cada um tem o direito de ser o dono do seu sonho.” Mas sem jamais prejudicar alguém.
Nenhum casamento é um mar de rosas. A escolha certa do parceiro é o que é mais importante. Depois, ter a sabedoria de superar as dificuldades e aproveitar os bons momentos.
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