8/13/2008

HISTÓRIA 3

ELIAS, Norbert, O Processo Civilizacional, Lisboa, Dom Quixote, 2006, 2ª edição (ca. 780 pp. e 33 euros)

“Se tivermos uma visão de conjunto de todos estes movimentos passados, o que vemos é uma transformação numa direcção muito definida (…) As transformações pretéritas do tecido social só adquirem contornos nítidos quando as vemos em conjunto com os acontecimentos do nosso próprio tempo (…) a observação dos acontecimentos mais actuais ilumina a compreensão dos passados e o aprofundamento do passado ilumina o presente. (…) De novo se verifica uma situação em que muitas unidades de soberania rivais estão tão interligadas que aquela que se mantém estacionária, que não aumenta a sua força, corre o risco de enfraquecer e se tornar dependente de outro Estados. (…) Está em pleno curso a luta pela hegemonia (…) pela formação de monopólios territoriais de uma ordem de grandeza ainda superior (…) num sistema que abrange toda a terra habitada.” (pp. 717 a 719)

“Tal como outrora, nos lutas seculares entre domínios territoriais, assim também hoje é impossível predizer quanto tempo decorrerá até que essa luta [entre Estados – N. de Kriu] seja finalmente decidida. E tal como os membros das unidades sociais que, lutando, lentamente deram origem a Estados, assim também nós não temos, por enquanto, senão uma vaga noção de como poderão ser a estrutura, a organização e a instituições das unidades de soberania maiores que as acções de hoje tendem a formar. Quer os actores o saibam ou não. Só uma coisa é certa: a direcção em que impele o tipo de interdependência da nossa época. (…) as tensões competitivas entre os Estados não podem ser resolvidas enquanto não se tiverem estabilizado, através de uma série de provas de força, sangrentas ou não, monopólios de violência e organizações centrais de âmbito supra-estatal (…) Neste aspecto, desde a época de extrema desintegração feudal até a presente, a engrenagem dos mecanismos de integração prossegue a transformação da sociedade ocidental numa direcção que se mantém constante:” (pp. 720,1)

“A constante ansiedade do pai e da mãe sobre se o filho atingirá o comportamento da sua classe ou até de uma classe superior (…) medos desta espécie rodeiam a criança desde tenra idade mas muito mais na classe média, nos estratos em vias de ascensão, do que nos estratos superiores.” (p. 730)

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