8/15/2008

ALTERNATIVO 9

EISLER, Riane, O Cálice e a Espada. Porto, Via Óptima, 2003, 2ª ed. (Ca. 265 pp e 15.50 euros)

« Os dois tipos humanos básicos são o masculino e o feminino. A forma como se encontra estruturado o relacionamento entre mulheres e homens é pois um modelo básico para as relações humanas. Consequentemente, todas as crianças nascidas em famílias tradicionais dominadas pelo homem interiorizam, a partir do nascimento, um modo dominador-dominado de relacionamento com os outros seres humanos. » (p. 156)

« até agora a ciência excluiu em geral as mulheres como cientistas centrando o seu estudo quase inteiramente nos homens. Excluiu igualmente aquilo que podemos chamar de « conhecimento solidário » : o conhecimento de que, como escreve Salk, precisamos hoje urgentemente de seleccionar formas humanas que se achem « em cooperação com a evolução, em vez daquelas que são anti-sobrevivência ou anti-evolucionárias ». (…) A questão directamente pertinente quanto à nossa capacidade de transformar o nosso mundo da quesília para a coexistencia pacífica consiste em como tornar o conflito produtivo em vez de destrutivo. (…)
Como disse Gandhi, o objectivo é transformar o conflito em vez de o suprimir ou fazer explodir em violência » (pp.178, 9)

« Miller assinala como, psicologicamente, a putativa necessidade de controlar e dominar os outros é função, não de uma sensação de poder, mas antes de impotência. Distinguindo entre « poder para o próprio e poder para os outros » ela escreve : (…) Num sentido básico quanto maior for o desenvolvimento de cada indivíduo, tanto mais capaz e eficaz será ele ou ela, e tanto menos necessidade sentirá de limitar ou restringir os outros » (p. 179)

« A transformação de uma sociedade dominadora numa sociedade de parceria acarretaria obviamente uma mudança na nossa orientação tecnológica (…) Ao mesmo tempo o desperdício e consumo exagerado que agora priva os necessitados começaria também a extinguir-se. Pois, como observaram muitos comentadores sociais, no núcleo do nosso complexo ocidental de consumo exagerado e desperdício encontra-se o facto de estarmos culturalmente obcecados com a posse, a construção – e o desperdício – de coisas, como um substituto para as relações emocionalmente satisfatórias que nos são negadas pelos estilos de educação infantil e valores adultos do sistema presente » (p. 182)

«existe uma consciência emergente de que as designadas esferas pública e privada se encontram inextricavelmente ligadas. Numa palavra, pessoas de todo o mundo estão a tomar consciência de que não poderá haver mudança sustentável sem mudanças nas relações fundacionais entre homens e mulheres e pais e filhos. » (p. 194)

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