6/15/2008

BIOLOGIA 3

PONSET, Eduardo Viagem à Felicidade – As novas chaves científicas, Lisboa, ed. Dom Quixote, 2007.
“A constatação daquilo que os biólogos como Lynn Margulis (…) classificaram como endossimbiose levou-a a postular que na história da evolução imperou mais a colaboração entre as espécies do que a competição desapiedada pela sobrevivência.
Enquanto as cianobactérias iam oxigenando a atmosfera, outras bactérias suportavam mal os processos de oxidação desencadeados, bem como a crescente reactividade do ar. O aparecimento do oxigénio, letal para a maioria dos organismos, provocou um verdadeiro holocausto. Assim, essas células aliaram-se entre si para formar organismos pluricelulares mais adaptáveis ao novo ambiente oxigenado. À primeira célula eucariota sucederam as primeiras algas marinhas no decurso de quatrocentos milhões de anos. E umas espiroquetas mais velozes que a maioria dos outros organismos também acabaram por penetrar na muralha da membrana celular, fornecendo as vantagens da sua rapidez ao conjunto, em troca de alimentos.” (p. 110)

“Esquecemos até que ponto a vida na Terra é interdependente. Sem a vida microbiótica mergulharíamos no mundo das fezes e afogar-nos-íamos no dióxido de carbono que exalamos. (…) A moral da história da evolução é que somente através da conservação das espécies, da interacção ou da criação de redes, e não através da subjugação, podemos evitar um fim prematuro à nossa espécie.” (Linn Margulis cit. pp. 110/111)
“Se se perguntar a Lynn Margulis o que é a vida, ela responde que é uma estranha e parcimoniosa onda a fazer windsurf sobre a matéria: “é um caos artístico controlado, um monte de reacções químicas de tal complexidade que a viagem iniciada há quase quatro mil milhões de anos contínua agora numa forma humana, capaz de escrever cartas de amor e de utilizar computadores de cilício para calcular a temperatura da matéria quando nasceu o universo”. É uma definição muito parecida com a de outro biólogo, Ken Nealson (…) “A vida (…) é um equívoco” (p. 111)

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