7/03/2012


RIEMEN, ROB, O Eterno  Retorno do Fascismo. Lisboa: Bizâncio, 2012 (ca.  78 pp e 5 euros)

“Na verdade, para todos os eleitores que não votaram em Hitler, nenhum partido foi capaz de liderar a resistência contra o monopólio nacional-socialista. E isto teve tudo a ver com a deterioração das élites, que não tiveram coragem para defender os seus princípios e responsabilidades sociais. Os liberais deixaram de defender os ideais da liberdade do humanismo europeu, passando a interessar-se apenas pela liberdade do mercado. (…) Foi assim que os fascistas chegaram ao poder.”  (pp. 38,9)


“A nossa verdadeira identidade não é determinada pela nacionalidade, origem, língua, crença, rendimentos  (…) ou tudo o que distingue as pessoas umas das outras, mas precisamente por aquilo que as une e possibilita a unidade: os valores espirituais universais que moldam a dignidade humana  e  que todos os homens devem adoptar. (…) a arte, as humanidades, a filosofia e a teologia ocupam um lugar central na educação, porque são o  conjunto  mais importante de instrumentos que permitem forjar em nós as virtudes e nos ajudam a adquirir uma certa sabedoria.,” (p. 54)


“Numa sociedade do Kitsch, a política já não é um espaço  público para um debate sério sobre um modelo de sociedade e o modo de a atingir. A política tornou-se uma espécie de circo, no qual os políticos se esforçam por conquistar e manter o poder através de slogans e de uma imagem pública. (…) A educação já não visa o carácter para ajudar as pessoas a viverem na verdade e a criarem beleza para permitir a aplicação da justiça e a transmissão de uma certa sabedoria.  Degenerou num instrumento de transmissão de tudo o que é utilitário, de conhecimentos úteis à economia e de tudo o que necessitamos de saber para ganhar dinheiro.” (p. 86)

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