RIEMEN, ROB, O Eterno
Retorno do Fascismo. Lisboa: Bizâncio, 2012 (ca. 78 pp e 5 euros)
“Na verdade, para todos os
eleitores que não votaram em Hitler, nenhum partido foi capaz de liderar a
resistência contra o monopólio nacional-socialista. E isto teve tudo a ver com
a deterioração das élites, que não tiveram coragem para defender os seus
princípios e responsabilidades sociais. Os liberais deixaram de defender os
ideais da liberdade do humanismo europeu, passando a interessar-se apenas pela
liberdade do mercado. (…) Foi assim que os fascistas chegaram ao poder.” (pp. 38,9)
“A nossa verdadeira identidade
não é determinada pela nacionalidade, origem, língua, crença, rendimentos (…) ou tudo o que distingue as pessoas umas
das outras, mas precisamente por aquilo que as une e possibilita a unidade: os
valores espirituais universais que moldam a dignidade humana e que
todos os homens devem adoptar. (…) a arte, as humanidades, a filosofia e a
teologia ocupam um lugar central na educação, porque são o conjunto
mais importante de instrumentos que permitem forjar em nós as virtudes e
nos ajudam a adquirir uma certa sabedoria.,” (p. 54)
“Numa sociedade do Kitsch, a política já não é um
espaço público para um debate sério
sobre um modelo de sociedade e o modo de a atingir. A política tornou-se uma
espécie de circo, no qual os políticos se esforçam por conquistar e manter o
poder através de slogans e de uma imagem pública. (…) A educação já não visa o
carácter para ajudar as pessoas a viverem na verdade e a criarem beleza para
permitir a aplicação da justiça e a transmissão de uma certa sabedoria. Degenerou num instrumento de transmissão de
tudo o que é utilitário, de conhecimentos úteis à economia e de tudo o que
necessitamos de saber para ganhar dinheiro.” (p. 86)
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