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Acabo de ter conhecimento da morte, esta madrugada, de Augusto Boal aos 78 anos. Ele foi o criador do Teatro do Oprimido, dramaturgo, encenador, director de actores, teórico, crítico de teatro, metodólogo e pedagogo da Expressão Dramática e do Teatro. Augusto Boal foi, e é, reconhecido como uma das personalidades mais relevantes no panorama da Expressão Dramática e do Teatro Contemporâneo Mundial.
O seu amplo legado de exemplo de cidadão humanista e democrático, empenhando a sua intervenção artística e teatral em causas de transformação e de mudança social, sobretudo pelos dispositivos metodológicos que ergueu no seu Teatro do Oprimido, perdurará para sempre como um tesouro imenso a frequentar através das suas múltiplas obras.
Experimento neste momento um profundo sentimento de gratidão por Boal me ter influenciado de forma tão fecunda nas práticas teatrais e de expressão dramática que com ele apreendi. Experimento, também, e mais uma vez, um sentimento de orgulho por, em 1975/1976, ter sido eu o porta-voz da Comissão Directiva no convite a Boal para ser professor de Práticas Teatrais e Interpretação na Escola Superior de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa. Naturalmente, Boal deixou marcas profundas não só junto dos seus estudantes de Teatro da EST, mas também junto de todos aqueles que, em Portugal, se interessaram pelas múltiplas facetas da sua obra.
Este é um momento de singela, mas sentida homenagem a Augusto Boal. Proponho, por isso, que nos juntemos à homenagem de muitos brasileiros a Boal, através do visionamento do documentário disponível na Globo Vídeos:
http://video.globo.com/Videos/Player/0,,GIM1020590-7759-MORRE+AOS+ANOS+O+DIRETOR+E+DRAMATURGO+AUGUSTO+BOAL,00.html
(foto de L. Cruz)
"Na vida não se perde coisa alguma:
ResponderEliminarAquele que morre apenas está mais adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direcção...
Não existe a morte, apenas a mudança, e aquele parte continua vivo dentro do teu coração."
FACUNDO CABRAL