WALTON, Dominique, Casal de Cambra,
É Preciso Salvar a Comunicação, ed. Caleidoscópio, 2006
Lutar pelo informação significa lutar pela comunicação. Hoje a informação leva a melhor s/ a comunicação. Amanhã abrir-se-à uma terceira etapa em que a comunicação levará a melhor s/ a informação, em que a sociedade de comunicação se instalará no espaço hoje ocupado pela soc. de informação. Em que a realidade da incomunicação obrigará a construir a coabitação (p.172)
Poder-se-à dizer que a incomunicação é o ultimo estado da comunicação no sentido em que legitima a irredutibilidade de identidades na comunicação.
Comunicar não é passar por cima de identidades, é contar com elas. Procura-se a partilha. Troca-se. Tropeça-se na incomunicação. Constrói-se a coabitação. É nisso que a comunicação desloca a problemática da informação.
Todos sonham realizar a comunicação à troca de informações e todos constatam que o humano não vive de informações, de mensagens, mas de relações, quase sempre difíceis.
Pensar a sociedade de comunicação não é por conseguinte um propósito pessimista. É admitir que a comunicação tem limites.
Quando tudo circula, se troca e entra em contacto, não é demais lembrar que existem sempre três situações: a partilha, a coabitação e a incomunicação. Estas três situações ontológicas subsistem qualquer que seja o desempenho das ferramentas, e devemos ter em mente esta trilogia se queremos evitar que a comunicação técnica se torne numa das tiranias da globalização. De qq. modo comunicar é correr um risco e é nisso que reside, na realidade, toda a grandeza da questão. O risco de encontrar o outro e falhar.
Não há ética de comunicação sem respeito pelo Outro, isto é, sem uma reflexão política, porque coabitar com o Outro induz imediatamente a questão política, a da democracia. E tambem a da cultura, isto é, a questão do diálogo entre as visões do mundo. E, por fim, a do social, porque a globalização da informação assegura também uma transparência das desigualdades sociais. Ou seja, tudo vem com a informação. É por isso que se adivinham duas saídas: luta de classes à escala mundial, ou o regresso à política a à antropologia, como meio de resolver a questão do respeito pelo Outro (p. 173)
No quadro da globalização desenvolve-se um conflito vital entre o par potência/segurança versus abertura/democracia.
Comunicar é aceitar a prova da alteridade, o que é bem diferente duma lógica da segurança, a qual se apoia no poder.
Escolher a comunicação é sempre inscrever-se contra a segurança. CM
É Preciso Salvar a Comunicação, ed. Caleidoscópio, 2006
Lutar pelo informação significa lutar pela comunicação. Hoje a informação leva a melhor s/ a comunicação. Amanhã abrir-se-à uma terceira etapa em que a comunicação levará a melhor s/ a informação, em que a sociedade de comunicação se instalará no espaço hoje ocupado pela soc. de informação. Em que a realidade da incomunicação obrigará a construir a coabitação (p.172)
Poder-se-à dizer que a incomunicação é o ultimo estado da comunicação no sentido em que legitima a irredutibilidade de identidades na comunicação.
Comunicar não é passar por cima de identidades, é contar com elas. Procura-se a partilha. Troca-se. Tropeça-se na incomunicação. Constrói-se a coabitação. É nisso que a comunicação desloca a problemática da informação.
Todos sonham realizar a comunicação à troca de informações e todos constatam que o humano não vive de informações, de mensagens, mas de relações, quase sempre difíceis.
Pensar a sociedade de comunicação não é por conseguinte um propósito pessimista. É admitir que a comunicação tem limites.
Quando tudo circula, se troca e entra em contacto, não é demais lembrar que existem sempre três situações: a partilha, a coabitação e a incomunicação. Estas três situações ontológicas subsistem qualquer que seja o desempenho das ferramentas, e devemos ter em mente esta trilogia se queremos evitar que a comunicação técnica se torne numa das tiranias da globalização. De qq. modo comunicar é correr um risco e é nisso que reside, na realidade, toda a grandeza da questão. O risco de encontrar o outro e falhar.
Não há ética de comunicação sem respeito pelo Outro, isto é, sem uma reflexão política, porque coabitar com o Outro induz imediatamente a questão política, a da democracia. E tambem a da cultura, isto é, a questão do diálogo entre as visões do mundo. E, por fim, a do social, porque a globalização da informação assegura também uma transparência das desigualdades sociais. Ou seja, tudo vem com a informação. É por isso que se adivinham duas saídas: luta de classes à escala mundial, ou o regresso à política a à antropologia, como meio de resolver a questão do respeito pelo Outro (p. 173)
No quadro da globalização desenvolve-se um conflito vital entre o par potência/segurança versus abertura/democracia.
Comunicar é aceitar a prova da alteridade, o que é bem diferente duma lógica da segurança, a qual se apoia no poder.
Escolher a comunicação é sempre inscrever-se contra a segurança. CM
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